Um casebre no sertão
Pobre mulher
Cuida de seus filhos
à exaustão!
A pobreza lhe corrói por dentro
e o alimento é pouco, quase sempre.
Sem água a terra é ressequida ...
talvez tenha sido, um dia, fértil,
com rios claros e farta em peixes,
como era então.
Apesar da miséria a mulher ainda tem sonhos...
E por acaso raro ganhou de alguém
como prenda, um lindo prato azul!
No casebre, o prato era uma 'jóia'
que transferia ao alimento
alguma dignidade de melhor.
Todos queria comer no prato azul!
As crianças empolgadas disputavam
e discutiam seus direitos...o maior, o menor,
a menina , o rapaz!
Coube à mãe a decisão
Todos teriam seus direitos e todos comeriam
no belo prato azul
Um de cada vez, a começar do mais novo,
e na sequência, um a um, teria sua vez.
A mãe seria a última a comer.
Mas todos teriam a alegria
de um momento de requinte e
todos fartariam de seus sonhos,
compartilhando a pequena jóia,
na riqueza moral que não se pode comprar.
Uma pobre mulher, simples e sem cultura,
rica em sabedoria digna de Salomão!
Em sua decisão, muito além do existir
do agora...ensinou a seus filhos que
num simples ato,
todos podem ser felizes sendo iguais!
E na solidariedade e na felicidade da partilha
o gosto pela vida faz sempre o sonho
possível de alcançar.
Guaraciaba Perides
Reflexão : as decisões do espírito transcendem aos compêndios de filosofia
São inatos e procedem de uma sabedoria superior.
* Fato verídico oriundo de uma reportagem que assisti pela T.V.
Boa tarde minha querida amiga e poetisa. Sou doido para conhecer o Alto do Moura em Caruaru, Museu Mestre Vitalino. Um sábado com muita saúde minha querida amiga.
ResponderExcluirobrigada Luiz pelo comentário. Acho muito interessante o seu trabalho de divulgação do nosso país tão rico em belezas naturais e culturais. Uma forma de mostrar um Brasil das raízes fortes que ele possuí.
ResponderExcluirUm abraço
Tocante exemplo de que a justiça, honradez e sabedoria dispensam compêndios e universidades. A simplicidade e modéstia são joias raras que adornam almas de elevado teor...amei seu poema, amiga!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário... ver a simplicidade da pessoa e a forma justa de sua atitude sem nenhuma revolta realmente me emocionou...
ResponderExcluirUm abraço
Olá, Guaraciaba, gostei de ler esse belíssimo texto que bem demonstra o que temos de negativo no nosso país, com famílias sem ter o que comer, passando necessidades extremas, a fome, inclusive. Pena que tantas famílias sejam carentes de alimentos, de saúde, de educação neste nosso imenso Brasil.
ResponderExcluirUma boa semana, com alegria, saúde e esperança.
Um abraço.
Obrigada Pedro...é verdade! os contrastes machucam e sempre foram predominantes em nossa história e se prolongam na mentalidade daqueles que ascendem socialmente justificando uma luta interna pelo poder.
ResponderExcluirUm abraço, Saúde e esperança !
Socióloga / Poetisa, Guaraciaba Perides!
ResponderExcluirJá assisti uma família de pescadores, muito pobres.
Doze filhos, comendo numa bacia de alumínio,cada
qual com uma colher.
Resultado: 11 professores, com muitas histórias...
Parabéns, Amiga.
Muito grato, um feliz final de semana e um fraternal
abraço.
Sinval.
Oi Sinval, obrigada pelo comentário...é assim o nosso Brasil profundo na marca da solidariedade da sobrevivência. A Educação é a nossa única esperança de superação. Dinheiro com ignorância só produz desigualdade.
ExcluirUm abraço