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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Oração do Milho (Cora Coralina)

"Senhor, nada valho,
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste e se me ajudares, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim não se faz o pão alvo universal.
O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem
lugar me foi dado nos altares.
sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
alimento de rústicos e animais de jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
quando os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respigava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
sou a polenta do imigrante e amiga dos que começam
a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.
O que me planta não levanta comércio, nam avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal aagradecida a Vós, Senhor,
que me fizeste necessário e humilde.
Sou o milho"

Abstração

Um punhado de sal do Oceano
Um punhado de areia de uma praia
Dois ramos de oliveira e
uma pomba branca...
Um bocado de sol
e uma nuvem azul,
dois anjos de asas de luz.
Uma concha perdida,
um cavalo na praia,
uma cotovia e um sabiá...
E acima do tempo,
no centro do ser,
um relógio de sol
marcando horas.

Guaraciaba Perides (2009)

sábado, 27 de novembro de 2010

Vamos brincar

Vamos brincar
de roda, de pega-pega,
mãe da rua, passa -anel.
Vamos brincar de ciranda,
brincar de boca de forno,
também é bom de amarelinha...
De vendedor de quitanda,
chupando bala de mel;
fazendo estátua e careta,
até cair na risada,
bola de meia é legal...
Vê se constrói uma pipa
que se levanta no céu...
Vamos brincar que a vida
é um sonho de criança
que constrói a esperança
daquilo que virá ser.
E enquanto a infância se passa,
vamos seguir neste enredo,
neste sonho de brinquedo...
Até que a noite escureça,
até que a gente adormeça,
cansada de tanto brincar.


Guaraciaba Perides (2008)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Oda la Crítica (Pablo Neruda)

Yo escribí cinco versos:
Uno verde,
otro era un pan redondo
el tercero una casa levantándose,
el cuarto era un anillo
el quinto verso era
corto como un relámpago
y al escribirlo
me dejó en la razón su quemadura.

Y bien, los hombres
las mujeres,
vinieron y tomaron
la sencilla materia,
brizna,viento,fulgor,barro, madera,
y con tan poca cosa
construyeron
paredes,pisos, sueños.
en una línea de mi poesia secaron ropa al viento.
Comieron
mis palabras,
las guardaron
junto a la cabacera,
vivieron con un verso,
con la luz que salió de mi costado.
Entonces,
llegó un crítico mudo
y otro lleno de lenguas ,
y otros, otros llegararon
ciegos o llenos de ojos,
elegantes algunos
como claveles con zapatos rojos,
otros estrictamente
vestidos de cadáveres,
algunos partidarios
del rey y su elevada monarquia,
otros se habian
enredado en la frente
de marx y pataleaban en su barba,
otros eram ingleses,
sencillamento ingleses,
y entre todos
se lanzaron
con dientes e cuchillos,
con diccionarios y otras armas negras,
con citas respetables,
se lanzaron
a disputar mi pobre poesia
a las sencillas gentes
que la amabam:
Y la hicieron embudos,
la enrollaron,
la sujetaron con cien alfileres,
la cibrieron con polvo de esqueleto,
la llenaron de tinta,
la esculpieron con suave
benignidad de gatos,
la destinaron a envolver relojes,
la protegieron y la condenaron,
le arrimaron petróleo
la dedicaron húmedos tratados,
la cocieron con leche,
la agregaron pequeñas piedrecitas,
fueron borrándoles vocales,
fueron matándole
sílabas y suspiros,
la arrugaron e hicieron
un pequeño paquete
que destinaron cuidadosamente
a sus desvanes, asus cementerios,
luego
se retiraron uno a uno
enfurecidos hasta la locura,
porque no fui bastante
popular para ellos
o impregnados de dulce menosprecio
por mi ordinaria falta de tinieblas
se retiraron
todos
y entonces,
otra vez,
junto a mi poesía
volvieron a vivir
mujeres y hombres
de nuevo
hicieron fuego,
construyeron casa,
comieron pan,
se repartieron la luz
y en amor unieron
relámpago y anillo.
Y ahora,
perdonadme señores,
que interrumpa este cuento
que les estoy contando
y me vaya a vivir
para siempre
con la gente sensilla.

Neruda ( Antologia Poética)

Simples assim...

Ela vem chegando de mansinho
como quem não quer nada...
e vai ficando...
E de repente vem um calor no peito
Uma leveza de algodão na alma
Uma doçura que nos enche de ternura
até pelas pedras da calçada...
A lua , então, vira uma Deusa
O Universo é Deus em movimento!
Pronto! Ela se instalou
definitivamente.
Veio para ficar...
Agora, vamos nos entendendo
neste mar de sonhos e de nuvens.
O mundo real fica lá fora,
só entra travestido de sombras ou de luz.
E nesta visão de encantamento,
companheiros da Viagem Eterna,
outros juntam-se a nós e
vamos delirando, dentro da
lucidez que à poesia, nos conduz.

Guaraciaba Perides ( 2010)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cubo mágico

Traça-se o esboço
Delineam-se rumos
que se modificam, quase sem querer.
Retoma-se o esboço principal
e eis que se multiplicam outros
na mesma medida do acaso
que o acaso produz.
Criam-se histórias,
surgem outros personagens,
entram na roda do tempo,
contam e criam mensagens,
sonham rumos paralelos
que já se cruzam sem
se deter ao infinito.
Outras formas e conteúdos
palavras brutas, palavras claras
e umas tantas obscuras
que não contam seus segredos
nem revelam mais que o nada
de tudo que é certeza,
ou dúvida, talvez, do quadro
cuja tela se renova em
cada paisagem, gesto, olhos que já não vêem...
No Cubo Mágico onde
cada peça semovente cria
novo vir a ser e onde
as cores se renovam
a cada tempo e hora,
a cada vez...


Guaraciaba Perides (2007)

domingo, 21 de novembro de 2010

O circo

Refrão:"hoje tem marmelada? Tem sim senhor!
Hoje tem goiabada? Tem sim senhor!
Eo palhaço, o que é? É ladrão de mulher!"

Eis que a vila toda se agita.
É o circo que chega na cidade!
N a frente, vem a banda com seu toque alegre;
depois, a troupe com suas roupas mais bonitas,
dançarinos, mágicos, trapezistas, domadores,
malabaristas com suas bolas multicores...
Palhaços amalucados com feições extravagantes,
graciosas jovens, vestes prateadas e plumas coloridas,
dão o toque de magia na tarde ensolarada,
conduzindo cavalos elegantes que troteiam
garbosos pelas pedras das calçadas...
O elefante sem jeito e mole-mole
caminha conduzido por um garoto de turbante.
Outros animais de sonolentos modos
desfilam entediados em jaulas enferrujadas
e em seus ares se assemelham
aos de funcionários burocráticos...
Fechando a comitiva vem o Diretor
que com altos brados anuncia a chegada
do circo na cidade, recém vindo de
um país distante e que todos fingem acreditar!
Aí estão nômades românticos
cumprindo seu cármico destino
de levar ao fundo do sertão
um pouco de magia, sonho e fantasia,
um pouco de ilusão num palco iluminado...
À noite vai haver função!
E quando a lua cheia, por acaso,
brilhar no céu com todo o esplendor,
o circo se ilumina, pessoas se iluminam,
o ar fica mais leve no cenário etéreo,
onde personagens travestidos de poderes abstratos
enchem a platéia de risos, sobressaltos,
sonhos e emoções,
fazendo de cada ator um agente da verdade
que brota em cada coração!
Quando o circo for embora, pode ser
que deixe alguém, plantando aí suas raízes,
por obra do cansaço ou do destino...
Mas, também pode acontecer que alguém
descubra possuir uma alma mariposa
que inebriada pela luz, venha saber
de sua verdade mais profunda
e assuma a caravana que se evola
nas curvas do caminho...
Repetindo o refrão;" E o palhaço, o que é? É ............

Guaraciaba Perides (2001)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Saltimbancos

Sobem e descem cores
em nuvens de nesgas miragens
flores de papel são flores
de pensamentos ocultos
Línguas de fogo que engolem
sonhos de outros tempos
e de novos tempos...
Praças coloridas ao sol,
pretérito de sombras
que fazem e desfazem o pensamento
Cruzadas de bandeiras,
pombas brancas de uma paz sonhada...
Ouço o som da voz humana na memória,
seus risos, seus sustos, seus gritos, seus ais
Os saltimbancos colorindo a vida
Voando com asas de papel...

Guaraciaba Perides (2005)

Valsinha (Vinícius de Moraes | Chico Buarque)

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito
de sempre chegar
Olhou-a dum jeito mais quente do que sempre
costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era o seu jeito
de sempre falar
E nem deixou-a só num canto,para seu grande espanto
convidou-a para rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo
não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado
de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo
não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça
e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda
despertou
e foi tanta felicidade que toda a cidade enfim
se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

Canção composta por Vinicius de Moraes e Chico Buarque de Holanda

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um outro dia

Um outro dia
Uma outra praia
É de manhã, eu sou jovem e o sol também...
A vida em frente, em frente.
Meus pés são firmes.
meus braços fortes.
meu coração sem mágoa.
Pássaros marinhos cortam o céu
e o alarido é contraponto da maré...
A água clara, o sol na pele.
canto uma canção que fala de esperança.
Um outro dia, talvez,
uma outra praia, quem sabe,
foi ou será, quem sabe, a vez
de ser feliz...

Guaraciaba Perides (2007)

domingo, 14 de novembro de 2010

Torre de Babel


Todos falam o que querem
Alguns levantam e querem a guerra
Outros rezam e pedem a paz
Os poetas sonham...
Os artistas apresentam suas artes,
as meninas e meninos deliram e se espiam
Os famosos são pavões que abrem a cauda...
Os políticos conspiram,
os maliciosos usufruem do anonimato
Compra-se e vende-se na Torre de Babel!
Os tímidos se escondem em cognomes
Os rapaces e astutos driblam senhas
por caudalosos rios de mentiras
e os boatos queimam as estruturas...
Se fosse à viva voz, o que seria?
Tribos inteiras expondo suas falas
em línguas que percorrem o mundo
e que se cruzam em linhas virtuais
ao infinito...
E neste vasto espaço cibernético
Alguns se encontram para falar de Amor!

Guaraciaba Perides (2010)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Obsessão ( Mário Quintana)

Vou andando pelas ruas sem nome...
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
meu amor eu nem sei como se chama,
nem sei se é muito longe o mar Oceano...
Mas há vasos cobertos de conchinhas
sobre mesas... e moças nas janelas
com brincos e pulseiras de coral...
Búzios calçando portas... caravelas
sonhando imóveis sobre velhos pianos...
Nisto,
na vitrine do bric o teu sorriso, Antínous,
e eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
de su/alma perdida e vaga na neblina...
mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
uma caixa de música
uma bússola
um mapa figurado
Uns poemas cheios da beleza única
de estarem inconclusos...
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei , eu nem sei como te chamas...
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
quando eu já não tiver mais nome.

Mário Quintana ( Antologia Poética)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Equilibrista

Refaz o equilibrista o percurso da vida
Sobre o fino cordel que o sustenta
Suspenso no ar em fios invisíveis
Caminha inseguro por viés incerto.
Só tem certeza de seu passo a passo
Bamboleante espera, com confiança cega
Preso ao bastão como um ponto de apoio,
alcançar o porto que se vê adiante.
Sôbre sua cabeça um céu cheio de estrelas,
abaixo o suspense da emoção...
E ele , o equilibrista, se supera
caminhando pelo fio da paixão.
Tudo o que ele tem é o instante,
de caminhar no ar, sua garantia
de chegar aonde o tempo e o espaço se completam
e onde o brilho de uma luz radiante
dá-lhe a certeza do indizível alcance...

Guaraciaba Perides (2001)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O bonde da história (letra para um samba)


Foi dizer sim, disse não
Quis dizer talvez 0u talvez quem sabe
Quis olhar no olho e se perdeu,
gaguejou, sorriu e se escondeu...
Sem olhar pra trás, saiu de fininho
Fingiu sorrir, mas chorou baixinho
Foi assim que ficou...sozinho
Foi dizer sim, disse não
Acenou de longe, mas não compreendeu
que a saudade dói...
mas não mata não.
Não entrou no jogo, não fez sedução,
não disse o que quis, perdeu a ocasião
E agora fica assim, tão desconcentrado
Pensando na vida...
Um tanto magoado.
E como disse o outro, perdido na memória,
foi assim que ele perdeu...
o" bonde da história"

Guaraciaba perides (2005)

sábado, 6 de novembro de 2010

Felicidade sob um céu de estrelas


Quando a noite descia como um breu
estrelas no céu
desenhavam o mistério do Universo.
Todo mundo daquele tempo
estava no quintal,
em volta de um braseiro carinhoso,
de calor amigo, enternecendo a alma.
Nós , quietos apreciando a vida
e as estrelas...
De repente, cortando o silêncio,
em vôo rasante, um pássaro noturno,
passava estridente anunciando um susto.
Ríamos então , e a noite continuava...
As vêzes cantávamos alguma canção
que todos conheciam,
algum copo de vinho,
uma carne assando no braseiro,
despertava uma vontade enorme
pela vida e pelo instante.
A vida presente divino.
Éramos felizes e sabíamos...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Luar do Sertão -O tema da lua no cancioneiro popular brasileiro

Oh que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando,folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Não há ,ó gente, ó não, luar como esse do sertão...
Se a lua nasce por detrás da verde mata
mais parece um sol de prata ,prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nascer no coração
Não há ,ó gente , ó não, luar como esse do sertão...
Coisa mais bela neste mundo não existe
do que ouvir-se um galo triste no sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua é que descanta
escondida na garganta desse galo a soluçar
Não há, ó gente,ó não, luar como esse do sertão...
Ai quem me dera que eu morresse lá na serra
abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
ser enterrado numa grota pequenina
onde à tarde a sururina chora a sua viuvez
Não ha´,ó gente, ó não, luar como esse do sertão...

Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco (1914)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Favo de Mel

Hoje o tempo escoa como mel
na quietude da tarde,
no vai e vem da rede de balanço.
E da janela em frente
vejo a mangueira florida
sonhando com seus frutos.
Pássaros revoam
na lida de seu viver...
E eu, na rede, sonho
meu próprio tempo de existir
E isto é bom!
Lembro de canções antigas
daqueles que viveram
antes de mim.
Quase ouço seus risos e suas falas
neste mesmo espaço em que me encontro
e a vida se comove por si mesma...
E já não sei se estou aqui
ou venho de outro tempo,
no embalo da memória
de outro sonho,
outra vivência, no revôo
de outros pássaros,
de outras tardes claras.
De um tempo que hoje,
como sempre,
escoa como mel pela janela...

Guaraciaba Perides (2010)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Bandeirante


La na Avenida Paulista
Aquela de muitas cores,
espelho, luz e holofote,
muita grana, muita grana...
Lá na banca de jornal
em frente do Citybank,
no buraco do metrô
faz-se o comércio ambulante;
bugigangas, novos hippies,novas
artes no arame, colares de cobre,
sementes, pulseiras e badulaques,
entre pedras brasileiras, arte retrô,
livro usado e delírios de Dali,
luvas, meias, cachecóis e outros crochês...
A arte que imita a vida,
como na Quinta Avenida,
entre shoppings coreanos,
uma ou outra cena comovente,
espaços de arquitetura,
pinacotecas de outrora,
cinemas e centros de cultura.
Em frente um jardim frondoso
cenário de um Bandeirante
olhar altaneiro na pedra
confere o destino daquela
que foi um dia
a cidade prometida
para ser vida de uma
Europa sonhada,
pelo ouro negro das Minas
ouro verde do café,
dos barões do novo Mundo,
de uma monarquia rota e
uma república marota
e quem sabe o que será...

Guaraciaba Perides (2007)