Amigos

segunda-feira, 29 de junho de 2015

ESTAÇÃO SAUDADE / RUA DA MEMÓRIA...

Um bonde atrelado a uma linha de ferro
Levando a um destino e a uma paisagem.
Sobe ladeira, desce ladeira,
toca sineta, até  que afinal,
descansa na Estação Saudade.
Gente que passa, que sobe, que desce,
que são pensamentos que vão e que vem...
De namoricos de senhoritas,
são velhas damas, senhores calvos...
Vai o bondinho cumprindo  à risca
a trajetória do seu destino...vai de mansinho.
- Pára no ponto, Sr. Motorneiro
- Não faz gracejo, Sr. cobrador
Porque na Vida tudo o que passa
é Passageiro e
A Saudade é o ponto final.

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RUA  DA   MEMÓRIA

Na Rua da Memória
cruzam-se largos tempos
de quaresmeiras floridas.
E ladeiras infindáveis
que fazem parte dessa rua
de nome Saudade...
Portas e janelas estão abertas
e não dispõe de grades que as ocultam,
nem sofrem o medo do obscuro...
São conversas mansas de uma história antiga,
São cantigas de roda,  namoros de portão,
E a Estrela D'Alva  lá no firmamento
expõe seu brilho como uma promessa...
Houve um tempo assim
Fique em silêncio e ouça
O passar do tempo na rua da Memória
entrelaçando sonho e realidade,
que se desfazem em brumas
na Rua da Saudade.

Guaraciaba Perides





Quaresmeira florida...


domingo, 21 de junho de 2015

POETAS CANTAM O VENTO...

FIGURAS  DO  VENTO

Figuras do vento
Nos ares divino
São finos cabelos
Na luz. Movimento
De puras  miragens,
Imagens, modelos
De formas vazia;
São asas difusas,
São voos imensos,
Perdidos no espaço
Por noites e dias.

São ventos profanos,
Rompendo, mugindo
Lavrando no mar;
São ventos lavrando
São bois de charrua,
São gênios que ceifam
Searas na lua
E animam sementes
Que irão germinar.

São ventos feridos
São ventos antigos,
Saudades de amigos,
Lembranças, rumores;
São ventos irados
Batendo em meu rosto,
De pele gelada
Marchando em rajada
Rufando tambores.

São ventos, são vozes
São queixas veladas
Nos vales de rosa.
Nos lagos de aurora
Nos golfos de mel;
Às vezes soturnas
Nas furnas rugindo
Encerram mistérios
Ungidas, sagradas
De sombra e de fel

No entanto que importa
Que o vento que passa
Segredos me faça
De histórias bem feias
De fadas somente
Contadas a mim!
Eu quero é dormir
No frio das águas
No braço das algas
No amor das sereias
Dos mares sem fim.

Joaquim Cardozo  ( POEMAS...Edit,AGIR, Rio de janeiro 1947)


SOLOMBRA

Eu sou essa pessoa a quem o vento chama
a que não se recusa a esse final convite,
em máquinas de adeus, sem tentação de volta.

Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza:
Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:
já de horizontes libertada, mas sozinha.

Se a beleza sonhada é maior que a vivente,
dizei-me; não quereis ou não sabeis ser sonho?
Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.

Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:

"Agora és livre, se ainda recordas".

Cecília Meireles ( Solombra, Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1963)



Poetas e cantores cantam o vento...

Hino celta ao ao amor  e a amizade


E que o vento sopre  sempre a seu favor...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Comme ci, Comme ça...*

Foi no tempo dos "Afonsinhos"**
Como  diria Vovó
Numa tarde de sol quente
Debaixo de uma mangueira
à sombra que se fazia
que eu sonhei com você...
Você no sonho sorria,
sorria com olhos e dentes,
trazendo um coração ardente
que de fogo consumia
Muito amor de fazer dó...
E eu da vida contente
falei só de brincadeira
que queria o sol e a lua
e um par de asas ligeiras
para conseguir voar...
Você me olhou firmemente
como se me quisesse dar
tudo aquilo que eu pedia...
Mas,como nem tudo é ´possível,
disse-me apenas sorrindo:
-Feche os olhos ,pequena,
e faça um gesto, menina,
e assim, comme -ci, comme -ça
Vamos sair pelo mundo
E neste sonho amar...

Guaraciaba Perides


* comme -ci, comme -ça.. em francês, assim , assim...uma das traduções encontradas entre outras.

** Tempo dos Afonsinhos:expressão antiga que significa em tempos remotos.







Até Pensei...música de Chico Buarque:




E assim...assim....comme-ci, comme -ça  A valsinha de Chico Buarque.




Feliz Dia dos Namorados...



sexta-feira, 5 de junho de 2015

M A R G A R I T A - Harvey Andrews

Uma linda canção de Amor... MARGARITA

Introdução:
This is the true story of my grand aunt,Annie Pearce. I changed,her  name purely so that it
would sing  better. She would serve me tea in her perfectly preserved late Edwardian house
and sometimes take me to the framed photograph ol her fiance. Nobody ever told her that
the image was gone.

Tradução; Esta é uma história real de minha tia-avó cega Annie Pearce.
Eu troquei seu nome puramente para que a canção soasse melhor.
Ela me servia chá em sua antiga casa em estilo  Eduardiano perfeitamente
preservada e às vezes levava-me até uma fotografia emoldurada de seu
noivo. Nunca ninguém lhe contou que a imagem havia sumido.

A Canção:

They're playing our song, Margarita
Dance it this last time with me.
It won't be long ,Margarita,
Soon I'll be overseas.
Let me know that you'll care
When I've gone over there,
They're playing our song ,Margarita,
Dance it this last time with me.

Kiss me again, Margarita,
Give me a memory of you.
They say in France, Margarita
One more push, we'll be through.
Yes, I'll write,  but where from?
All they'll say is "The Somme"
So kiss me again, Margarita,
Give me a  memory of you.

It's a new world, margarita,
We'll build when it's though
In that new world, Margarita
We'll be wed, me and you.

My old great aunt, margarita,
She'd been blind thirty  years,
Would tell of young Margarita
Of her man and her tears,
She would say, "He was tall
There's his picture on the wall"
My old great aunt Margarita
She'd been blind thirty years.

She  would ask " Is he smiling?"
I would stare at the frame
But the sun was there, shining
Through her window again.
Where that sun always shone
He had faded and gone,
But she would ask "Is he smiling?"
Iwoud say "He's the same"

Harvey Andrews


Sugestão de tradução; por Guaraciaba Perides

Estão tocando nossa canção, Margarita,
Dance esta última vez comigo
Não demora, Margarita,
Logo estarei além mar
Deixe-me saber que você se importará
quando eu tiver ido para lá
Eles estão tocando nossa canção, Margarita
Dance esta última vez comigo.

Beije-me de novo, Margarita
Dê-me uma lembrança de você
eles dizem na França, Margarita,
mais uma investida e estará terminada.
Sim eu escreverei, mas de onde?
Todos eles dizem que é "The Somme"
Então beije-me de novo, Margarita,
Dê-me uma lembrança de você

É um mundo novo, Margarita,
Nós construiremos quando isto terminar
Neste novo mundo, Margarita,
Estaremos casados, eu e você.

Minha velha tia-avó, Margarita,
estava cega há trinta anos,
Contava-me da jovem Margarita,
de seu homem e de suas lágrimas
Ela dizia "Ele era alto,
Lá está seu retrato na parede"
Minha velha tia -avó  Margarita
estáva cega há trinta anos

Ela perguntava "Ele está sorrindo?"
Eu olhava o quadro
Mas o sol estava lá, brilhando 
através da janela de novo.
Onde o sol sempre brilhou
Ele tinha descorado e desaparecido
Mas ela perguntava "Ele está sorrindo?"
Eu respondia "Ele está com sempre"

A canção cantada pelo próprio autor Harvey Andrews;



A imagem artística fica mais bonita em tela cheia...


Amores que   permanecem...