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quinta-feira, 28 de junho de 2012

No pano de boca do teatro

No pano de boca do teatro

Contornos do sol no céu quase azul
encontram no horizonte o verde mar
e a linha sutil do pensamento
procura uma estrela em teu olhar.
O vento percorre os caminhos da memória
e cinzela esculturas desse tempo
na praia que se estende ao infinito;
na poeira do eterno que se move
e que compõe para sempre nossa história.
Acima uma ave solitária
pontilha de branco as cores da paisagem...
Ondas que se quebram pontuando as horas
de outros momentos, de outros encantos,
marcando passos, levantando templos,
novas passagens dos mesmos sentimentos.
Novas feiçõs dos mesmos pensamentos
no cenário quase imóvel
do pano de boca do teatro...

guaraciaba Perides (2001)

domingo, 17 de junho de 2012

Rua da Memória (também chamada Saudade)*

 Na  Rua da Memória
cruzam-se Largos
Tempos de quaresmeiras floridas
e ladeiras infindáveis
fazem parte dessa rua
de cognome Saudade...
Portas e janelas que então abertas,
não dispunham grades e
nem sofriam medo.
E o café da tarde convidava
a todos que quizessem entrar.
A conversava mansa da Rua da Memória,
alinhava casos de outros perigos
que distantes estavam,
de uma história antiga,
que alguns lembravam,
outros se encantavam
recapeando sonhos
de velhas crianças...
No fogão de lenha
da cozinha simples
de uma casa amiga,
de uma rua antiga -da Rua da Memória
de cognome Saudade.


*Era assim no tempo e na casa do meu avô



Guaraciaba Perides ( maio de 2009)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dia dos namorados e Dia de Santo Antonio

 Dia 12 de junho- Dia dos namorados
Dia 13 de junho-Dia de Santo Antonio
Para homenagear Santo Antonio e agradar os namorados

 música de carlos Careqa: Meu Querido Santo Antonio


Sobre o Amor;
O amor é assim fundamentalmente, não busca do semelhante,mas busca da totalidade
partida, da unidade quebrada.
Por isso o amor parte desse sabor que o ser humano experimenta de falta, de mutilação,
de incompletitude.
O desejo de unir-se ao amado provém dessa sensação de ser apenas parte, metade do todo.
José Américo Motta Peçanha( retirado do Discurso de Aristófanes em
"as várias faces do amor"- no Banquete de Platão)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Você trata amor em brinco- modinha do século XVIII( História da Música Popular brasileira)

Vocè trata amor em brinco  -Domingos  de Caldas Barbosa eMarcos Antonio Fonseca Portugal

Domingos Caldas Barbosa (cantor, poeta e violeiro)
nasceu no rio de Janeiro em 1738
faleceu em Lisboa em 1800
Grande poeta do Arcadismo teve os seus poemas transformados em modinhas.
Por causa do aspecto satírico de seus poemas indispôs-se com os poderosos da
época e foi para Portugal em busca de novas oportunidades de projeção.
Residente em Lisboa desde 1770,foi introdutor nos salões da Corte um gênero
particular de canções cuja principal característica o assunto amoroso, denominadas
 inicialmente  "cantigas" e depois modinhas,mas chamadas pelos seus  contemporâneos
de "modas brasileiras". A difusão das modinhas brasileiras foi muito grande na
Corte Portuguesa (assim como também o gênero denominado lundu), mas pau-
latinamente foi se distanciando de sua herança medieval portuguesa, pois passa-
ram a ser executadas com recursos da música italiana e se desfiguraram, trans -
formando-se em Árias de estilo europeu.Caldas Barbos participou da Academia
de Roma com o pseudônimo de Lereno de Selinuntino.
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Marcos Antonio de Fonseca Portugal  (Compositor e organista português de
música erudita)
Nasceu em Lisboa em1762 e faleceu no Rio de Janeiro em 1830.
Em seu tempo, suas obras foram conhecidas por toda a Europa e particpou com
cargos importantes na Corte Portuguesa sendo considerado um dos mais famosos
compositores portugueses.
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Para ilustrar o vídeo com a música "Você trata amor em brinco"
Regente-Ricardo Kanji
Pintura- luis Alvares Catalá
da Coleção História da Música Popular Brasileira
Período colonial II- de 1999
com  Orquestra e Coral Vox Brasiliensis.

Você trata Amor em brinco
Amor a fará chorar
Veja lá com que se mete
Que não é para brincar
Ai, Amor
Amor, amor, amor
Vocês zombem  com amor
Ah, não é para zombar.
Amor vem manso, mansinho
no coração habitar
E depois de estar de dentro, quer
Só ele as regras dar
Ai,  Amor,
Amor, amor ,amor
vocês zombam  com amor
Ah, não é para zombar

sábado, 2 de junho de 2012

As muitas formas de Amar

TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinção das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.


Vinicius de Moraes (Antologia Poética)