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sábado, 2 de junho de 2012

As muitas formas de Amar

TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinção das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.


Vinicius de Moraes (Antologia Poética)

4 comentários:

  1. A bela poesia de Vinícius, "casou" bem com a suavidade da música e as imagens...Quanta ternura,
    nas muitas formas de amar.

    Deixo-lhe um terno abraço, Guaraciaba.
    Bom domingo!

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  2. Lindo, Guaraciaba!
    Quanta beleza e ternura nestes versos, combinados com a música de Vinicius.
    Brilhante, amiga querida.
    Maria Paraguassu.

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  3. Querida, obrigada pela visita e palavras afetuosas.
    Seu blog está lindo e animado, voltarei para curtir.Adoro Chagal e Vinicius.
    Grande beijo!

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