A lua é velhinha
de brancos cabelos,
de rugas de ouro e
e de olhinhos cegos.
Ergue-se do leito
das ondas do mar
apalpando espaços
para caminhar.
Anda pelo mundo
sem ver aonde vai
pois as estrelinhas
levam-na da mão
Em névoa envolta
há de se abrigar
pois como está velha
tem que se cuidar
Quando na alta noite
ruge o temporal
a lua entre as trevas
treme ao se ocultar
E assim que o mau tempo
abrandado está
mostra a sua face
e espalha o luar.
Luis Amado Carballo
Poesia Galega in Poesia Galega das Origens à Guerra Civil
traduzida por Fábio Aristimunho Vargas
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Depois que partiste
Depois , senhor, que partiste,
nada mais custo a esta vida.
Mudei, como a cheia lua;
Cada noite diminuo.
ZANG JIULING (678 -740)
in; Antologia da Poesia Clássica Chinesa
Traduzido por Ricardo Primo Portugal e Tan Chiao
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Bebendo sozinho sob a lua
Em meio ás flores a jarra de vinho
virar sozinho sem mais companhia
Erguer o copo à lua reluzente
e mais a sombra agora somos três
Contanto a lua não saiba beber
e em vão a sombra me devolva o corpo
por um momento seguem a lua e sombra
Todo prazer é só uma primavera
Eu canto e a lua flana tremulando
Danço e se soma a sombra redobrando-se
Despertos dividimos a alegria
depois de ébrios cada qual um caminho
Até não mais, desfeitos nós se apartam
rever-se um dia pela Via Láctea.
LI BAI (701 -762)
in Antologia da Poesia Clássica Chinesa
Traduzido por Ricardo Primo Portugal e Tan Chiao
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Para completar uma música relaxante e um poema de Fernando Pessoa