A TROPICÁLIA...
Com uma música brasileira em constante evolução e outra vertente, internacional, mas integrada
de maneira criativa nos interesses da juventude, uma nova síntese acabou dando origem a um
novo movimento denominado TROPICÁLIA
A Tropicália teve início quando Caetano Veloso e Gilberto Gil incluíram em suas composições
motivações semelhantes ao antropofagismo de Oswald de Andrade.
Construíram a partir de "Alegria Alegria" e "Domingo no Parque" um grande caldeirão musical
dentro do qual incluiam todas as motivações libertárias e música jovem, guitarra elétrica, música
eletrônica, o teremim, o berimbau, a chamada " música fina" e a chamada "cafona", a música de vanguarda e a de retaguarda,o baião, o beguine, a banana e o computador o bolero e o latim,
Vicente Celestino e Debussy, os versinhos de Cuíca de Santo Amaro e a poesia concreta, o som,
o ruído, o canto e o grito.Associaram-se artistas de vanguarda como o Diretor de Teatro José
Celso Martinez, poetas e mestres da comunicação como Décio Pignatari e Augusto de Campos,
músicos de formação clássica com o Rogério Duprat, Damiano Cozzela e Júlio Medaglia, os quais
deram assessoria musical às gravações.
Caetano, Gil e o grupo dos "Mutantes", Gal Costa, Torquato Neto, Capinam, Tom Zé e de certa forma, também Jorge Ben, formaram o corpo do movimento chamado TROPICÁLIA, revolução musical como foi o da Bossa Nova.
A crítica tradicional não via com bons olhos a música tropicalista sobretudo pelo caráter concretista
de sua letra e pela utilização de acompanhamento de guitarras elétricas.
Além da ditadura e do movimento estudantil que rejeitou de início o movimento, dentro do próprio
meio da MPB, enfrentaram hostilidades e críticas. Seus recursos musicais caracterizados pela
intersecção de multiplicidade de estilos e recursos eletrônicos foi contraposto musical tradicional clássico de Chico Buarque ,por exemplo, ou à face música de protesto de Geraldo Vandré.
Contra a opinião dos conservadores e em defesa do Tropicalismo (que deu origem conceitual à
Tropicália) levantaram-se Hélio Oiticica, artista plástico, o cineasta, Glauber Rocha, o teatrólogo
José Celso Martinez, e naturalmente os compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil. Suas
palavras de ordem conclamavam para a guerrilha cultural: "Abaixo o preconceito", "Por uma nova
Estética", "Por uma nova Moral", "Abaixo a Cultura de "Elite" e "A Imaginação no Poder".
Mas o Tropicalismo não se restringia apenas à música, atingindo também o Teatro com a
peça o "Rei da Vela", de autoria de Oswald de Andrade e dirigida por José Celso no
Teatro Oficina. A peça causou escândalo e trouxe enorme sucesso para seu diretor que defendia o "teatro anárquico, cruel, grosso como a apatia em que vivemos"." A idéia era romper com todas as linhas do pensamento humanista, através de uma arte que seria ameaçadora e perigosa".
Alguns vídeos representativos do movimento tropicalista na Música Popular Brasileira
Na próxima postagem abordaremos os novos caminhos a partir dos anos 70...
Olá, Guaraciaba.
ResponderExcluirUma História que, de uma certa forma, tantos de nós vimos nascer: músicas que fizeram parte da nossa infância e formação, mesmo que, na altura, tão inocentes e alheios à complexidade duma sociedade, não soubéssemos do que estava por trás.
E seguimos caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento... mas viramos gente e todos eles viraram referência maravilhosa de todo um povo.
bj amg
Oi Carmem, de fato o movimento da tropicália era completamente inovador porque representava o antropofagismo de Oswald de Andrade posto em prática o que significava absorver todas as vertentes
Excluirda música e da arte e numa síntese compor uma nova realidade em termos de país inclusive, com liberdade plena de construção...não foi bem entendida nem pelas classes conservadoras e nem pela juventude de política de protesto de esquerda...causou um estranhamento com se fosse um escárnio.
Eu me lembro de não gostar...hoje entendo melhor e vejo com mais clareza a força de reação que ele possuía.
Um abraço
Oi Guaraciaba,
ResponderExcluirTambém vi nascer esse movimento embora não entendesse a mensagem, gostava do ritmo, do colorido nas capas dos discos,algum tempo depois me explicaram, alguns, sobre a famosa frase " Sem Lenço Sem Documento" ma não me interessava os caminhos das letras e sim a musicalidade do movimento, ainda era muito jovem com as emoções da própria idade. Hoje continuo fã de Caetano e Gil. Grandes ídolos. Agradeço pela emoção de ouvir novamente e voltar num tempo que não volta mais. Bjs.
Oi, Lourdinha...de fato causava um estranhamento , as roupas , os cabelos, a subversão da ordem
Excluirconservadora. Não era bonito no seu radicalismo, mas algumas músicas ficaram com ícones de interpretação da nossa realidade mais profunda...e até hoje emocionam...Os ídolos envelheceram mas
deixaram um patrimônio de juventude que não sei se teremos mais... a propósito , no primeiro vídeo há uma menina que cruzou os braços e se recusou a dar a mão ao presidente...tinha na época cinco anos...
deu no jornal de hoje que ela faleceu sábado de parada respiratória aos 40 anos. Ficou a foto emblemática.
um abraço
Querida Guaraciaba, belas lembranças. Que saudades disso tudo! bjs
ResponderExcluirOi, Eliete...parece que foi ontem (rs)...quantas histórias aconteceram...Hoje Caetano, no meu parecer,
Excluirficou mais charmoso e Gilberto Gil assumiu uma postura moderada. Um professor de sociologia de minha época de estudante nos disse que todos os rebeldes seriam depois "bons burgueses".
(rs)
Um abraço
Quantas recordações boas me remete esta linda postagem, Guaraciaba.
ResponderExcluirAcompanhou-me um bocado de tempo, as vezes eu chegava a estranhar, agora sinto saudades.
Abraços, tudo de bom!
Mariangela
Oi, Mariangela...é verdade, hoje até digerimos melhor o movimento ou compreendemos melhor...algumas canções eram belíssimas e continuam...
ExcluirUm abraço
"A crítica tradicional não via com bons olhos a música tropicalista sobretudo pelo caráter concretista
ResponderExcluirde sua letra e pela utilização de acompanhamento de guitarras elétricas." Puxa, quanta coisa mudou, imagine aquelas pessoas ouvindo um funk? Rs...
Gosto muito da música tropicalista, Pepeu Gomes por exemplo, é um instrumentista bárbaro, e compôs músicas lindas...imortais.
Um grande abraço, querida Guaraciaba!
Bíndi e Ghost
Oi, Bindi e Ghost...de fato na época, para nós que vinhamos da músicas de Vandré e de Sérgio Ricardo com canções de protesto e das canções contundentes de Chico...os tropicalistas vinham com uma proposta tão "modernista" que parecia uma gozação em cima dos valores de nacionalidade. Hoje revendo "é proibido proibir" percebemos além do caráter libertário, a crítica política às estruturas pesadas da ditadura. Hoje Tom Zé é bem compreendido e bem assimilado sem ter deixado de se ser ele mesmo.
ExcluirUm abraço
Muito grato por esse historiar da MPB, de que sou fã.
ResponderExcluirvenha mais, Guaraciaba.
Um beijinho :)
Muito grato por esse historiar da MPB, de que sou fã.
ResponderExcluirvenha mais, Guaraciaba.
Um beijinho :)
Oi, A. C., obrigada por acompanhar esta sinopse da história da música popular brasileira, cada movimento é incrivelmente rico mas possui ainda um breve percurso...vamos ver como ela segue.
ExcluirUm abraço
Belíssima postagem, parabéns!
ResponderExcluirobrigada Viviani.
ExcluirUm abraço
Olá amiga! Hoje vim agradecer por sua constante presença em meu blog. Obrigada pelo carinho. Suas postagens sempre me encantam. Que belas lembranças de uma época gloriosa. Muita emoção e saudades!
ResponderExcluirUm grande beijo no seu coração.
Oi, Ilca, obrigada. Suas postagens sempre emocionam atingindo o mais profundo de nossos sentimentos.
ExcluirÉ um bonito trabalho o seu.
um abraço
Ah! Guaraciaba, que saudade, ao ouvir o Caetano cantando "Alegria, Alegria"... Bons tempos...
ResponderExcluirBeijos e Paz Profunda!
oi, Shirley, de fato. "Alegria Alegria" virou um clássico da MPB...os tempos de então, esses ficaram
Excluirna saudade.
um abraço e Paz Profunda!
Olá Guaraciaba,
ResponderExcluirAdorei ouvir Caetano, em Alegria Alegria. Uma música marcante. Há tempos não a ouço, assim como Tropicália.
Na verdade, não entendia, à época, o simbolismo de tais músicas. Gostava simplesmente e adorava cantarolar o sem lenço e sem documento'.
Excelente texto. Excelente artigo. Parabéns!
Feliz semana.
Beijo.
oi, Vera Lúcia, essa foi realmente uma época bem vibrante...principalmente na música....acho que conseguiram manter um pique bem alto de produtividade apesar do duros tempos da repressão...acho que em função da parafernália que criaram puderam fazer e dizer coisas que denunciavam a falta de liberdade.
ExcluirE como dizia Caetano em "Proíbido proibir" no seu manifesto "vocês não estão entendendo..."
eu também, como era adepta da música de protesto , de Vandré e algumas de Chico, achava um despropósito aquelas músicas que eu cheguei a considerar anti patriótica.
Um abraço
Muy interesante ese movimiento musical tropicalia. Un placer visitarte.Feliz día. Besitossss.
ResponderExcluirObrigada pela presença Maria Carmen e uma semana de harmonia e muita saúde junto com seus lindos netinhos.
ExcluirUm abraço
Como eu aprendo por aqui!!!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar na Tropicália...
Beijinhos
OI, Pérola, acabou sendo um movimento musical bem importante com músicas que até hoje são referências e clássicas da MPB.
ExcluirUm abraço
Tão bom, poder revisitar esse período tão rico da MPB, que foi a Tropicália! Poder rever um pouco da história da nossa música e ouvir os seus clássicos, tão bem contada e selecionados...AMEI !
ResponderExcluirUm abraço, Guaraciaba...
Oi , Lúcia....você deve se lembrar que o movimento musical não foi bem recebido pela juventude de militância política e a mim não parecia que fosse tão rico em termos culturais...mas passado o tempo é inegável o valor de artistas como Caetano, Gil, Gal Costa, Tom Zé (gosto demais) e outros tantos que estão até hoje atuando.
ExcluirUm abraço