pelo palácio de festim do mundo por onde andei
Mas nossas mãos não se tocaram...
Como estou trêmulo
com o pensamento de que não te encontrarei!
E à meia-noite
quando o Tempo
vier apagando sem palavras os candelabros...
desorientado que farei?
Só
vendo a lua lívida
manchar no muro as sombras lúgubres das árvores,
nos pátios longos, ao noturno das estrelas,
só por entre os soluços dos repuxos sonâmbulos
aonde irei?
Sem te achar serei um menino transviado,
perdido na extensão de uma sala vazia,
que olha as molduras de ouro e os tapetes vermelhos
e se inquieta e se assombra...
E errarei aterrado
vendo chorar comigo errante nos espelhos,
apenas minha sombra
Murilo Araujo ( poeta modernista)
In Antologia dos Poetas Modernistas vol 1 - organizada por Manuel Bandeira
Palavras encantadoras do poeta Murilo Araujo!
ResponderExcluirBjs Guaraciaba.
Carmen Lúcia.
oi, Carmen...também gostei.Não conhecia, mas achei bem introspectivo. Há sempre um menino procurando no coração de um homem.
ResponderExcluirUm abraço
Lembrou-me a saga do materialista procurando razão para sua existência...o corpo procurando a alma...ou o homem solitário procurando o amor, que dá alma às nossas vidas.
ResponderExcluirMuito belo e reflexivo!
Um grande abraço, amiga
Oi, Ghost e Bindi, gosto demais de sua interpretação...sim, de fato, faz todo sentido, o homem ainda imaturo na busca de sua irmãzinha, o seu complemento , a alma que o completará...Confesso que fui pela segunda hipótese, mais romântica, o menino na saudade de alguma menina amada na infância e nunca mais reencontrada .
ExcluirVocês sempre me enriquecem, obrigada!
Um abraço
Boa noite, Guaraciaba, belíssimo poema de Murilo Araujo, poeta que até o momento não conhecia, mas que fiquei sabendo de sua brilhante trajetória como poeta, apreciado que foi por importantes confrades seus como Manuel Bandeira e Cecília Meireles entre outros.
ResponderExcluirSendo assim, amiga Guaraciaba, fiquei motivado para conhecer melhor a obra do poeta.
Parabéns.
Um abraço
Pedro
Oi, Pedro, eu também só agora me dei conta do trabalho poético de Murilo Araujo e do caráter modernista de sua obra... segundo consta ele estreou com seu primeiro trabalho cinco anos antes antes da Semana de Arte Moderna
ResponderExcluirUm abraço.
Boa tarde, querida Socióloga/Poetisa,
ResponderExcluirGuaraciaba Perides !
Que lindo Poema de Murilo Araújo.
Uma angústia interminável...
Parabéns pela bela escolha e grato por
partilhar.
Um carinhoso abraço.
Sinval.
Obrigada Sinval...é muito bom encontrar um poema que fala da angústia que corrói a vivência eterna dos poetas.
ExcluirUm abraço