Pomposa escolha de um pintor renascentista.
Iria adornar a parede do palácio
de acordo com o luxo circundante.
Todos olhariam encantados
para a moldura rebuscada.
E diriam : 'Que linda obra!'
'Que renomado pintor'!
Na tela uma mulher de roupa elegante
de fino tecido em seda pura,
nos dedos anéis de ouro,
e pingentes de cortinas em veludo ao fundo.
No rosto da mulher sobressaiam os olhos,
profundos na melancolia...
e um sorriso breve insinuava a pose.
As mãos pousadas no regaço,
no colo rendas de arabesco...
Um vaso com flores variadas
compunham a natureza
em derredor da cena.
o rosto da mulher, impassível
em seu sorriso triste...
Talvez fosse a Dama do Castelo
em seus ocultos pensamentos.
- O que diria a Dama aos séculos vindouros ?
-Quais seriam seus exatos pensamentos,
que apesar do luxo,
lhe marcariam a fronte?
Perdidos para sempre...mas o pintor fez o registro.
E a moldura do quadro
fez a cercadura do instante,
em que o pensamento revelou-se...
E fez com ouro a síntese da vida
e do real ao seu mistério,
marcado pelo humano sentimento.
de algo mais além...mais além...
sublinhado pelo olhar
da Dama triste do Castelo
Guaraciaba Perides
música renascentista
/
Que lindo Guaraciaba!
ResponderExcluirCom todo esse requinte a moldura completou a tela.
Adorei a música Renascentista.
Bjs-Carmen Lúcia.
Oi, Carmen...que bom que você gostou! tenho visto em exposições que às vezes a moldura é tão pomposa que chama mais atenção do que o próprio quadro (rs). Eu me encanto com a expressão do olhar do personagem da tela e dos sentimentos que revelam.
ResponderExcluirUm abraço e obrigada.
Olá Guaraciaba.
ResponderExcluirGostei muito do seu poemaA moldura do quadro, que tem mais que a moldura do quadro, tem a pintura da Dama triste do Castelo, aprisionada ao quadro que lhe serve de moldura. Um poema inspirado e bem construído. Parabéns.
Abraços.
Pedro
oi,Pedro, depois que a gente escreve é que vai verificar o sentido subjacente ao texto...penso que a moldura do quadro é assim uma espécie de metáfora do supérfluo,e como muitas vezes rouba a importância do que é realmente o principal, no caso o ser humano com seus sonhos ,carências e segredos. Uma mulher de elevada classe com luxo e riqueza e ainda assim uma mulher de sorriso e olhos melancólicos
ExcluirUm abraço
Estos días estoy más bien en el Hospital, haciendo tratamiento que en casa.Será temporal y volveré a estar bien. Os quiero un montón y siempre os llevo en mi Corazón. Sois Todos un Encanto.
ResponderExcluirSiempre es un placer recorrer tu maravilloso Espacio,lleno de color y belleza...Es Fantástico.
Abraços y Besos...Te quiero un montón.
Oi, Pedro Luis, que esteja logo restabelecido, fique tranquilo e mantenha a mente otimista ... estamos vibrando positivamente pela sua saúde e Deus está no comando.
ExcluirObrigada pelas lindas palavras.
Um abraço
Bom dia, nossa querida amiga!
ResponderExcluirQuantas molduras de ouro emolduram vidas de chumbo...quantos quadros diriam horrores de seus retratados, se falassem...o papel tudo aceita, e a tela também. Mas o artista sensível, numa sutil pincelada, coloca num olhar ou num gesto o sinal de que a vida deixou marcas de tristeza também na opulência de uma aristocrata...
Um grande abraço!
Oi, Ghost e Bindi, exatamente ...os quadros antigos sempre me sensibilizam pelo que de humano revelam e principalmente como a passagem do tempo pouco modificam as emoções...a obra de arte consegue colocar o exato sentimento da cena descrita, a ambiguidade, a leveza ou a crueza da história.
ExcluirUm abraço e obrigada
Olá Guaraciaba,
ResponderExcluirEsta música é tristinha, né não? rsrs
Pois é... realmente há sintonia entre o seu belíssimo poema e as palavras de Mia Couto, que deixei lá no face.
A moldura, sem dúvida, enriquece a beleza de um quadro, mas torna-se realmente supérflua diante da captura que registra algo mais profundo da imagem, como um sorriso ou um olhar, que podem refletir estados de alma intraduzíveis, mas que podem ser lidos através da expressão capturada.
Parabéns por mais este lindo instante poético!
Ótimo final de semana!
Beijo.
OI, Vera, foi logo em seguida à postagem, entrei no face e vi sua postagem e achei curioso...no caso a imagem estava mais forte do que as palavras e elas acabaram virando a moldura (rs) A música renascentista era para reforçar a tristeza da Dama.
ExcluirUm abraço e obrigada pela análise.
Guaraciaba,
ResponderExcluirNo fundo, a eterna questão: o que é viver?
Abraço :)
Oi, A.C....a vida é nosso eterno mistério...e o que mais me surpreende é como ela se compõe sempre com iguais sentimentos qualquer que seja o tempo e o espaço ao longo de séculos e civilizações diferentes....sempre as mesmas emoções básicas compondo a essência da alma humana.
ResponderExcluirum abraço
Lendo seu belo poema fui formando em minha retina a pintura de uma bela dama renascentista...a pose, as rendas...e por ultimo a moldura. Muito belo, amiga, muito!
ResponderExcluirBeijo pra você, Guaraciaba, composição muito delicada!
Oi, Tais, obrigada...de fato, foi assim que ele foi construído sem nenhum modelo concreto, mas baseado no tipo de pintura renascentista e imaginando assim como você fez. foi um exercício prazeroso.
ResponderExcluirUm abraço
OI GUARACIABA!
ResponderExcluirTAMBÉM, EU COMO A TAÍS, FUI IMAGINANDO A BELA E RICA DAMA COM SEU OLHAR TRISTE ADORNADO PELA LINDA MOLDURA DOURADA.
ACHEI LINDO DEMAIS, AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Obrigada Zilani...seguimos o rumo do pensamento e da imaginação e captamos uma história quem sabe verdadeira.
ResponderExcluirUm abraço
Hermosas letras y precioso vídeo. Besossss.
ResponderExcluirOi, Maria Carmen, obrigada pelo comentário.
ResponderExcluirUm abraço