que reflete no mar faíscas de cristal.
As paredes caiadas no mais puro branco
fazem pender do alto nuvens de algodão.
Sentada á porta , azul como a cor do céu
que a emoldura,
a senhora faz do seu bordado o seu destino.
Um plácido gato descansa aos seus pés
semi cerrados olhos para o brilho da luz
da manhã radiosa.
A senhora pensa no seu tempo de existir,
do então e o de agora.
Silenciosa recapitula os sonhos que viveu...
Absorta olha uma fila de carneiros pastoreada
por um rapazinho que a cumprimenta e
segue com seu pequeno gado monte acima.
Quantos anos ela ali sentada à espera de
um milagre?
Na esperançosa expectativa de uma mensagem,
um pequeno sinal de vida que lá fora explicita
outros sonhos...
Seus filhos foram para outras terras em busca de...
e em navios partiram para outros mundos...
De longe, muito longe, chegam rostos sorridentes
em retratos coloridos de uma família estendida em
novas gerações;
cartas repletas de afetos, que alegram os seus dias,
seus meses , seus anos...
Promessas de para o ano vindouro virem todos
para sentir o ar puro das montanhas, do mel
fecundo da paz, do leite morno das cabras,
da carne saborosa que só ali podem encontrar...
do cheiro apetitoso do pão assado no fogão de lenha
seca e de gravetos.
Olha que lá embaixo o mar etá fazendo graças
com suas marolas de espumas.
Ao lado de sua casinha caiada de branco e de
sua porta azul, vasos floridos especulam o tempo
com suas flores vermelhas.
Não tão longe, a capela faz vibrar os sons cristalinos
de um sino,
marcando as horas de espera, do sonho de viver
um sonho lindo...
A toalha que ela borda é para a grande ceia que
festejará a volta dos seus.
Aí, então, a felicidade vestirá o azul do céu
no brilhos das estrelas,
o vinho correrá à farta e a dança brindará
o fim da espera,
e o seu longo bordado estará completo.
Guaraciaba Perides
ResponderExcluirQuem sabe esta história possa ter sido verdade... muita histórias ouvi.
Quantos saíram de suas terras e guardaram no coração o desejo do retorno ao passado.
Aquando do reencontro todas dificuldades se esquecem, tudo parece fazer sentido...
ResponderExcluirMuito belo, Guaraciaba!
Um abraço
O sentido do pertencimento , necessário para todos aqueles que partem para outras terras, permanece como fio umbilical unindo as duas pontas...
Excluirum abraço
Que história linda Guaraciaba!
ResponderExcluirE que seja completa pela felicidade,quando o bordado da toalha já estiver pronto para que seja colocado sobre a mesa na chegada de quem ela mais espera para a grande ceia.
Bjs-Carmen Lúcia.
Oi, Carmen, obrigada... toda mãe só sossega o coração quando todos estão aninhados, filhos , descendentes e amigos ...pode ser uma metáfora da mãe Pátria.
ResponderExcluirUm abraço
oi amiga, um texto poeticamente bordado. Uma imagem se forma em nossa mente durante a leitura, acompanhando a esperança pelo retorno tão desejado. *beijos*
ResponderExcluirOi, Rosa, obrigada...este texto escrevi com o coração e também com sentimentos e memórias de pessoas que saíram de suas terras, mas que de certa forma deixaram seus sentimentos de amor e pela valorização dos bens perdidos. assim como muitos partiram , também muitos ficaram e por isso a esperanças do reencontro.
ExcluirUm abraço
Que lindo texto!
ResponderExcluirAdoro quando posso
vir aqui aos domingos.
Bjins
Catiaho Alc.
obrigada, Catiaho...sempre um prazer recebê-la.
ExcluirUm abraço
Ah Amiga, Guaraciaba Perides !
ExcluirQue belo texto !
Certamente verdadeiro, aqui ou acolá,
pois merece uma identidade.
Parabéns, querida.
Um carinhoso abraço, e uma ótima semana.
Sinval.
Oi, Sinval, obrigada...é uma história recorrente pois tantas mães por esse mundo afora vivem a esperar a volta dos seus. Antigamente todos os caminhos eram muito longos e nem sempre a comunicação era fácil, Por isso a saudade ... Aproveito para cumprimentá-lo pelo lançamento do livro...sucesso merecido ao Poeta!
ExcluirUm abraço
Tudo está no seu devido lugar na tua postagem, Guaraciaba.
ResponderExcluirUm belo poema, a foto e a música (vídeo com foto),
que me parece ser da Grécia. Parabéns.
Uma ótima semana.
Abraços.
Pedro.
Oi, Pedro Luso, obrigada. De fato localizei a história em uma das ilhas gregas, Santorini. Minha sogra que era grega sempre me contava saudosa dos tempos de criança e depois da necessidade de virem todos para o Brasil, inclusive sua própria mãe e avós... e como ela descrevia as belezas de sua terra natal., ficou no meu imaginário contar uma história ficcional de uma mãe esperando seus filhos....o que acontece em todos os lugares e em todos os tempos.
ExcluirUm abraço
Ou Guaraciaba, que bela postagem. Imagino quantos mães se encontram assim, esperançosas e ansiosas pela chagada de filhos ou parentes nesse Natal. Quanta poesia e perfeição na sua descrição da paisagem "imaginária" penso eu eu. Poderia bordá-la. Nostalgia da boa, me encheram o coração de ternura. Um grande abraço. Obrigada por seu carinho de sempre.bjs
ResponderExcluiroi, Lourdinha, muito obrigada, a inspiração veio da ilha d Santorini que possui uma deslumbrante paisagem de branco e azul com você viu na paisagem, a história imaginei-a pois ouvi muitos relatos de imigrantes de todos os lados do Brasil e do mundo e das saudades mútuas e do compasso da esperança da volta e do encontro.
ExcluirUm abraço
Olá boa tarde vim deixar um abraço e convidar vc para participar do sorteio de Natal espero sua visita
ResponderExcluirAbraços com carinho!
└──●► *Rita!!
Oi, Rita....estou dentro....já passei por lá.
ResponderExcluirum abraço