Quando encontro meu olhar no espelho
E ele me fita em profundidade
São como lagos que trazem do passado
O meus olhares da infância:
I-Florinha do campo
Tão ricas de encanto
Puseram-me na alma
líricas paisagens...
Esferas de vida
de tênue perfil
espargindo ao léu
pedaços de céu
II- Boneca de pano
De olhos de retrós
Boquinha de batom
e coração de avó.
Boneca preferida,
entre outras tantas,
frágeis, delicadas
e de tão lindas tranças...
Mas não tinham vida
Como tinha aquela
feita de pano e retrós...
Que tinha jeito de gente
de cara simples e singela
E coração de avó...
III- Eu vi uma velha
com a gata no colo
A gata é da velha e a velha é da gata
Passa a mão no pelo, passa a mão no pelo, passa a mão no pelo...
A gata ronrona e a velha que chia.
Lá fora na mata...um pássaro pia...
IV- Jogo de sombras na parede,
Uma cantiga de ninar,
Brinquedo de trava língua,
Uma história de encantar...
Correria com as primas
Um andar de bicicleta
Gosto de frutas nos dentes,
uma certeza da vida
E no peito um coração aberto
para os guardados da vida...
Tudo isto nos meus olhos ao olhar que me reflete o espelho...
Guaraciaba Perides
João e Maria cantada por Chico Buarque e Nara Leão (aos olhos do João)
Essas lembranças ficam guardadas para sempre Guaraciaba!
ResponderExcluirE como éramos felizes com tanta inocência!
Amei ler.
Bjs e um ótimo final de domingo.
Carmen Lúcia.
Oi, Carmen, como são doces as nossas lembranças... tão distantes no tempo e no entanto tão presentes no coração.
Excluirum abraço e feliz semana!
Lindos, e doces versos...como a minha infância que eles me fizeram relembrar...infância frágil como a linda florzinha "dente de leão", tão bela, delicada, mas que ao primeiro ventinho se vai, se vai...mas cada sementinha vai gerar uma nova vida, assim como o que vivemos na nossa infância gerou tanta coisa boa em nós. E a música de Chico Buarque,é adorável...
ResponderExcluirDesejamos com muito carinho uma semana cheia de paz!
Bíndi e Ghost
Oi, Ghost e Bindi...eu tinha uns três ou quatro anos quando me dei conta da florzinha dente de leão e em mim a poesia da natureza instalou-se definitivamente na minha alma. Tão representativa da beleza da vida!
ExcluirUm abraço e uma linda semana!
oi amiga, que jeito delicado e terno de contar recordações da infância.
ResponderExcluirO encontro dos olhos no espelho, olhando com profundidade, como um lago... Achei muito bonito isso.
Ótima semana! Beijos
☆blog Contos da Rosa☆
Oi, Rosa...é verdade...quantas lembranças temos guardadas dentro de nós e quando nos olhamos nos olhos todas podem emergir...basta deixar fluir.
ResponderExcluirUm abraço, Feliz Semana!
Parabéns Guaraciaba, pelo seu belíssimo “Aos olhos da infância”, poema em que você canta as doces lembranças da infância, talvez o melhor período da vida, e, por isso, tema constante para os poetas. Posso imaginar quantas mulheres viveriam suas infâncias através deste poema.
ResponderExcluirAbraços.
Pedro.
Oi, Pedro, é verdade...palavras que falam de flores e bonecas, de brinquedos e jogos, risadaria, tudo que permeia um universo de lembranças de meninas....mas os meninos foram também bem lembrados pelo Chico embora num viés romântico.
ResponderExcluirUm abraço