Aquela cativa que me tem cativo
Porque nela vivo já não quer que viva
Eu nunca vi rosa em suaves molhos
que pera meus olhos fosse mais formosa.
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Nem no campo flores
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.
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Uma graça viva
Que neles lhe mora,
Para ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão,
perde opinião
que os louros são belos.
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Pretidão de amor
Tão doce a figura
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão
Que o siso acompanha
bem parece estranha
mas bárbara não.
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Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo.
E pois nela vivo,
É força que vivo
Dois excepcionais exemplares lusitanos. Bom de se ler e de se ouvir. Não conhecia, este poema de Camões.
ResponderExcluirTenho ouvido muito Zeca Afonso, nos "espaços" portugueses que visito. Grande artista!
Tenho em minha estante, Os Lusíadas, que pertenceu ao meu pai.Cheio de seus escritos, pelas margens das páginas. Escrevia verdadeiros ensaios, nos próprios livros.
Fez-me recordá-lo, essa linda postagem.
Um abraço.
P.S.: Respondi à sua pergunta, sobre Bezerra de Menezes, lá na Cadeirinha.
Um abraço.
Olá Guaraciaba,
ResponderExcluirLindo poema lusitano.
Adorei, amiga!
Agradeço sua visita ao meu blog.
Grande beijo,
Maria Paraguassu.
Gosto muito do seu "cantinho!...
ResponderExcluirUm grande abraço!
Belíssimos fragmentos!
ResponderExcluirUm grande abraço!