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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Estrela

Debaixo do caramanchão, sob a trepadeira de flores,
a menina sonhava a beleza do momento.
Era muito pequena para transmutar sonhos em ima-
gens do ser.
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Sob a cadeira, pendurada de cabeça para baixo, a
menina via o adro de um castelo onde as quatro per-
nas de sustentação eram colunas que delimitavam a
área por onde passaria a corte Real.
(talvez memória acásica?)
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Correndo pelo pátio a menina tentava alçar vôo,
pular  o mais alto possível para conseguir dar passos
no ar, pois dentro do seu segredo bem guardado,
sabia que sabia voar! Assim tão simples como os
pássaros no céu.
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Então, já algumas frases lhe soavam como verdadeiras
e outras não.Alguns pensamentos críticos já lhe passa-
vam pelo crivo da razão. Agora, experimentar:
escondida atrás de uma poltrona aguardava a reação
dos outros diante de sua ausência... (afinal, vão chorar ou não?
Não contava com a ira dos mais velhos diante do en
godo...(afinal, não estavam desesperados?)
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Depois... de muitas travessuras, bem sucedidas ou não...
O trabalho de acertar o tom
De acatar a ordem,
de engolir o choro,
de parecer boazinha,,
de se fingir de artista
e receber aplausos.
De se inserir no esquema.
de trabalhar por conta,
de se fingir de sonsa.
De preencher vazios,
comemorar vitórias,
de aceitar derrotas,
de disfarçar o medo,
sentir amor infindo
e de chorar as perdas.
viver com garra,
a alegria e a dor.
Viver o sonho
de experimentar a vida,
sorvendo o gozo
e desprezando o falso.
Guardar na alma
a amizade pura
e encontrar no fundo
um diamante bruto
que lapidado em faces
faça brilhar no céu
aquela bela estrela,
ainda tão criança
que ao nascer sonhou!

Guaraciaba Perides (2011)

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