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domingo, 27 de novembro de 2016

THE WILD GEESE (POEMA DE VIOLET JACOB)* OS GANSOS SELVAGENS

Os gansos selvagens

" Oh! diga-me quem estava no seu caminho,você vibrante vento Norte?
Você  que vem soprando da terra que nunca sai do meu pensamento.
Meus pés viajam pela Inglaterra mas eu estou ansiando pelo Norte"
"Meu amigo,eu vi as prateadas marés   subindo para o estuário do rio"

"Oh vento, eu as conheço bem  no seu vai e vem
e ansioso eu percebo  a arrepiante névoa naquela praia que lá está
mas conte para mim  quando passa por elas,  o que você  vê no  caminho?"
"Meu amigo, eu vi  as gaivotas   voando sobre o Tay"

" mas, você nada viu, enganoso vento, antes de vir para cá?
pois há muitas  coisas para se ver   através do Tay que é muito mais para mim que vida"

"Meu amigo, eu varri as colinas do Angus que  há muito anos você não pisa"
"Oh vento,perdoe um  rapaz  desterrado, que não pode  ouvi-lo sem chorar"

" E acima dos vales do Angus eu vi os gansos selvagens voarem
Um enorme bando batendo  suas asas e  suas cabeças voltadas em direção ao mar
e o som de suas vozes  ficavam ecoando atrás delas pelo ar"
"Oh vento, tenha piedade, cale-se pois eu não consigo mais escutar"
*
tradução  adaptada de um poema escrito por Violet Jacob The  Wild Geese (Norland Wind)
musicado por Jim Reid
O poema original foi escrito  em dialeto da Escócia.

 a beleza do seu sentido nos mostra o coração de um homem saudoso de sua terra
pedindo notícias   ao vento que sopra sobre ela. O original é belíssimo e a tradução dá uma pálida
idéia. Guaraciaba Perides


 A canção baseada  no poema  cantada  por Jim  Reid


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

O Bordado

Faiscante sol, resplandecente azul  do céu
que reflete no mar  faíscas de cristal.
As paredes caiadas  no mais puro branco
fazem pender do alto nuvens de algodão.
Sentada á porta , azul como a cor do céu
que a emoldura,
a senhora faz do seu bordado o seu destino.
Um plácido gato  descansa aos seus pés
semi cerrados olhos para o brilho  da luz
da manhã radiosa.
A senhora pensa no seu tempo de existir,
do então e o de agora.
Silenciosa recapitula os sonhos que viveu...
Absorta olha uma fila de carneiros pastoreada
por um rapazinho que a cumprimenta e
segue com seu pequeno gado monte acima.
Quantos anos  ela ali sentada à espera de
um milagre?
Na esperançosa expectativa de uma mensagem,
um pequeno sinal de vida que lá fora explicita
outros sonhos...
Seus filhos foram para outras terras em busca de...
e em navios partiram para outros mundos...
De longe, muito longe, chegam rostos sorridentes
em retratos coloridos de uma família  estendida em
novas gerações;
cartas repletas de afetos, que alegram os seus dias,
seus meses , seus anos...
Promessas de para o ano vindouro virem todos
para sentir o ar puro das montanhas, do mel
fecundo da paz, do leite morno das cabras,
da carne saborosa que só ali  podem encontrar...
do cheiro apetitoso do pão assado no fogão de lenha
seca e de gravetos.
Olha que lá embaixo o mar etá fazendo graças
com suas marolas de espumas.
Ao lado de sua  casinha  caiada de branco e de
sua porta azul, vasos floridos especulam o tempo
com suas flores vermelhas.
Não tão longe, a capela faz vibrar os sons cristalinos
de um sino,
marcando as horas de espera, do sonho de viver
um sonho lindo...
A toalha que ela borda é para a grande ceia que
festejará a volta dos seus.
Aí, então, a felicidade vestirá o azul do céu
no brilhos das estrelas,
o vinho correrá  à farta e a dança brindará
o fim da espera,
e o seu longo bordado estará completo.

Guaraciaba Perides





quarta-feira, 9 de novembro de 2016

À LUZ DO DIA

Passando pela rua do Arco Íris,
esquina da  avenida do Desejos
olhou para o céu e viu
uma  estrela à luz do  dia...
A lua nem aí e a luz da estrela cintilava!

_Quem sabe é um sinal! ela pensou, e de repente
a alegria tomou conta do seu ser.
Bonita era e mais bonita se tornou,
pelo simples palpitar de uma esperança...
A vida em rosa...quem sabe azul do céu!

Assim ,quase como quem flutua,
percorreu todos jardins,
todos os caminhos do sonhos
que sonhara.
Afinal, nenhuma estrela brilha á luz do dia
na  rua do Arco Íris, esquina da
Avenida dos desejos...
E o Arco-íris só aparece
ao fim da tempestade...

Atravessando a Ponte  dos Amores Perfeitos,
sentiu seu coração bater mais forte
Outro sinal  o céu lha enviara...
Na fonte se avistava  o jorrar da água pura
fluindo em liquidez e transparência
outrora vista.

Um passo atrás do outro,
sem pressa como convém
aos que ainda têm fé;
olhou por todos os lados do relógio
de sol que se estendia em flores pela praça,
sentou-se e silenciosamente chorou...

Depois, cessadas as lágrimas
olhou para o céu e  viu
a estrela que ainda brilhava à luz do dia
na ponta do Arco Íris.
Então sorriu...

 Guaraciaba  Perides.