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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

NO TEMPO DE SER

 No  tempo  de  ser

No  tempo  de  estar

No  tempo  de  viver

No  tempo  de  escutar

No  grande    circuito  que  concorre  à  vida,

assim  como  a  roda  que  canta  quando

pega  a  estrada.

o  tempo corre  entre  as  paralelas

e  na  manada  de  bois  que  ela  encaminha.

"o   meu  carro  não  canta  mais" cantava  o  bardo  indolente;

olhando  pela  janela,  admirava  a  serraria,

galinhas  ciscando  o  milho e  o  gavião

em  voo  altaneiro...a vida  naquele  segundo.

Na  madrugada  estival,  o  boi  amassando  o  barro...

"o   meu  carro  não  canta  mais"  repete o  som  da  melodia.

O  menino  olha  o  cafezal,  os  brotos  nas  floradas  que

cobrem  as  folhas  macias,

que  aparecem  como  nuvens  da  nevoada  tardia...

Tempo  de  ser

             de  estar

             de  viver

             de  escutar...

O sol  entra  pela  janela...

O   menino  com  olhos  do  Tempo admira

a  boiada  passado  pela  estrada.

Um  condutor  leva  o  gado

na  rota  de  seu  destino.

A  vida  agora  apenas  um  menino.

Na  mansidão  do  Tempo  correndo  

pelas  boiadas  da  vida...


Guaraciaba  Lopes  Perides.



"Houve  aquele  tempo"  na  mansidão  da  carreata  no  silêncio  da  boiada, na  vida  que     flui  pela estrada,

no  canto  do  galo,    na  flor  da  manhã ,  na    memória  e   na  saudade  das  antigas  histórias. .

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