Vê o caminho
traçado pelas ondas
ora mansas, ora alteadas...
Além do mar, do outro lado,
o quê, a quem verá?
Na orla da praia,
no caminho que se abre em papoulas,
do outro lado do horizonte, a quem verá?
Restam os sonhos que desenham a paisagem,
sejam elas de nuvens ou não.
Quando virá o tempo de saber-se ser,
quando o fluir nas veias,
quando então ouvir seu coração...
A vida com seu mistério,
no seu desejo de sonhar mais alto,
construir passagens, construir a torre,
que levará no mais alto e
também no mais profundo?
No saber, o que será, de um dia,
de um tempo ou de uma ilusão...
Um homem olha o mar...
em seu pequeno bote, puxa a âncora
que a prende e num só minuto
parte e vagueia,
construindo ao longe os seus castelos de areia.
A sua alma em plenitude buscará
o seu caminho...
Abrem-se os seus olhos,
visualizam o eterno azul do céu
de sua praia,,,
Seus movimentos breves e leves
que são muitos,
num esforço do possível,
na busca do seu primeiro porto,
do seu primeiro anelo.
Uma força misteriosa ,
como uma onda o movimenta
e dá-lhe o impulso do seu desejo,
de chegar e ultrapassar a última passagem...
E assim , braços abertos, estende-se para
a luz sempre almejada.
Finalmente livre, finalmente aberto
ao que vir a ser , será!
-É um menino! exclamaram em coro
aqueles que o esperam na nova praia,
no novo caminho...
Guaraciaba Lopes Perides.
Papoula -imagem obtida na Internet
A papoula pode ser um sonho....mas também pode ser uma ilusão
Os mitos humanos criaram formas de eternizarem as flores
justificando as formas de viver e do existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário