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sábado, 21 de novembro de 2020

NA ILHA EM QUE HABITO

Dizia-se quando  nasci,  que havia  um  tesouro  ali,

debaixo  de  uma  figueira, escondido  à  sete chaves.

A  figueira  era  frondosa e sua  idade  perdera-se

no  tempo;  

mas quando  era  de  época, dava seus  frutos tão

doces   que  a  todos  alimentavam.

À  sombra  dessa figueira  sonhavam-se  castelos e

reis...e  princesas  de  outras  eras...

Cavalos  e  cavaleiros  lançavam-se  em  liças

pelos  véus   da  Bem  Amada!

Quimeras  em  sonhos  de Primaveras!

Em  volta  dessa   figueira  todos  sonhavam  ser  um  dia

o  dono  desse  tesouro,

que  se  achava  tão  bem  guardado.

Mas  como  alcançá-lo  diziam,

se  estava em  solo  profundo, enlaçado  pelas  raízes,

que  foram  ficando  tão  longas ,de  tal  forma  entrelaçadas,

formando  um  valo  profundo,  onde  decerto  o  tesouro

por força  fora  enredado!

As  crianças  faziam  ciranda,  brincando  ao  seu  redor,

cantando  canções  que  vinham  de  longe...

que  vinham   além  do  Além-Mar.

O  tesouro  estava  ali!  Era  só  saber como  encontrá-lo.

Os  tempos  foram  passando em  seus  ciclos  alternados

Os  pássaros brincavam  em  seus  ramos e   lá faziam

seus  ninhos...os  pequenos  que chegavam  logo  que

podiam  voar...voavam!

As  crianças  cresciam e  tornavam-se  pessoas  sem

sonhos  e  conjecturas...e  tratavam  bem  cedo  de  ir

viver a  vida,

Plantavam,  colhiam, casavam,  procriavam  e  morriam...

A  figueira  lá  permanecia  firme  e  forte,

oferecendo  ao  seu  tempo,  os  seus  frutos  macios.

Em  volta  de  ilha  havia o mar  bravio...

Mas  quando alguns  barcos  atracavam,  seus  marujos

descreviam  maravilhas  de  outras  terras, novidades

sem  limites de  exóticos  paladares...

Mas  do tesouro escondido  ninguém  sabia.

No  mais  profundo  da  terra,  o  tesouro  bem  guardado,

esperava  que  um  dia  chegasse  o  tempo  de   que

seu  segredo,  fosse  por  fim  decifrado...

Não  era  ouro   nem  prata, esmeraldas  ou  diamantes

Sempre estivera  ali,  por  dentro  de  toda  gente,

de  todos os  seres viventes...

correndo  por  suas  veias,  pelos  seus  veios profundos!

E  ninguém  se dera  conta de que  o  Tesouro  era

a  Vida... tão  certa  nos  entremeios...

Manifesta  por    toda  parte

como  os  frutos  da  Figueira.

Guaraciaba  Perides

nem  ouro ,  nem  prata,  nem  esmeraldas  ou  diamantes

Manifesta  por  toda  a  parte  como  os  frutos da  Figueira


  

12 comentários:

  1. Que beleza, Guaraciaba! A vida é mesmo um tesouro e o buscamos ,na maioria das vezes, sem perceber que o temos em nós. Um círculo cheio de possibilidades, de beleza, de riqueza... que só termina quando ela chega ao fim. Linda semana para você! Bjs.

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  2. Obrigada Marilene pelo comentário...quando numa situação limite que o mundo está vivendo estamos correndo atrás de uma possibilidade de salvarmos o que temos de mais precioso. Um abraço com saúde, amor e paz...

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  3. Socióloga / Poetisa, Guaraciaba Perides !
    Que hisória poética, Amiga !
    Contada com a tua habilidade, potencializa uma
    incrível curiosidade do imaginário.
    Parabéns e uma feliz semana, com um fraternal
    abraço !
    Sinval.

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    1. Obrigada Sinval... nestes tempos que vivemos fica evidente o valor que devemos dar à vida, nosso bem maior...sem ela ficariam inertes todas as "riquezas" do mundo.
      Um abraço

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  4. Olá, Guaraciaba, gostei muito desse seu belo poema escrito com delicadeza e sabedoria. Um poema para a nossa reflexão sobre a importância da vida.
    Parabéns! Desejo a você uma boa semana com os cuidados com a saúde.
    Um abraço.

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  5. Obrigada Pedro pela presença sempre tão amiga.
    Um abraço e muita saúde e paz !

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  6. Boa noite minha querida amiga Guaraciaba. Parabéns pelo seu texto maravilhoso. Bom final de semana.

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  7. Oi, Luiz, obrigada pela presença e pelo comentário.
    Um abraço

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  8. Guaraciaba, muito gratos se devem sentir os seus ex-alunos por terem tido tão grande mestra.
    Gostei, deveras.

    Um grande abraço :)

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    1. oi, A.C....interessante ! só um professor reconhece outro.Foi exatamente essa a minha intenção.Construir uma fábula para crianças para que elas pudessem reconhecer a importância da vida e sua integração na energia vital que unem todos os seres vivos.
      Obrigada pelo comentário.
      Um abraço

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  9. Feliz de quem pôde contar a história para lá de tantas gerações.
    Abraço.
    Juvenal Nunes

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  10. Obrigada pelo comentário... as fábulas são assim porque contam verdades eternas. As vezes se perdem no tempo , mas aquelas que perduram possui um substrato capaz de serem entendidas mesmo que a sociedade mude e seus valores passem a ser enganosos
    Um abraço e obrigada novamente.

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