Ainda nesse período , em termos de grupos surgiram com grande expressividade o conjunto
dos "Secos e Molhados" (Gerson, João Ricardo e Nei Mato Grosso). Contestando o machismo
da sociedade, montaram um show onde sublinharam a concepção de androginia. Surgiram também
As "Frenéticas" que cantavam e dançavam músicas brejeiras e bem humoradas.
Em composições irreverentes surgiram Jorge Mautner com canções surrealistas e expressionistas,
Maracatu Atômico, Luiz Melodia com percepção política do cotidiano, Raul Seixas, caracterizado
como "radical da contracultura na linha pop" , Walter Franco, Arrigo Barnabé ( radical da contracultura na linha erudita), mostrando uma espécie de rock dodecafônico combinado com elementos da cultura clássica.
O Pagode desenvolvido a partir da década de 90, afastou-se daquele tradicional, desvinculou-se de
suas raízes e assumiu um caráter ainda mais comercial. Uma variação mais pop do samba rock dos
bailes apareceu em músicas de Bandas com Raça Negra e Negritude Júnior. A música em questão
se apresentava como um pagode suingado com músicas de refrões fáceis, romantismo exagerado,
predominância de instrumentos eletrônicos e coreografia padronizada. muitos grupos iguais se
multiplicaram por todo país. O grupo "Só pra Contrariar" vendeu em 1998, três milhões de cópias de um único CD. Entre estes grupos : Cravo e Canela, Ginga Pura, Razão Brasileira, Molejo, Exalta
Samba, Katinguelê, Soweto, Malícia, Os Morenos, Ki Loucura, Art Popular, Karametade,Só no
Sapatinho, Sensação, Toke Divinal, etc.
Na Bahia esse pagode foi reinterpretado com a introdução de rítmos locais como o samba reggae
e o samba duro e surgiram grupos como o Gera Samba (É o tchan) e Terra Samba.
O PUNK ROCK- oriundo da Revolução Punk promovida na Inglaterra o Punk Rock exerceu
forte influência sobre a adolescência da periferia paulistana. As primeiras bandas de punk foram
formadas a partir de 1978, por jovens de classe média baixa, familiarizados com a cultura do rock
e disseminaram pelo país. Entre elas podemos citar AI-5, Restos de Nada, Olho Seco, Cólera,
Ratos de Porão, Inocentes, destaques do mundo musical punk que viria a se destacar na TV, em
jornais a partir de 1982, com o Festival " O Começo do Fim do Mundo"
Com a gravação de seus primeiros discos e pelo intercâmbio com grupos punk internacionais
começaram a se tornar conhecidos. Entre seus discos compactos: Grupo Suburbano -1981:
Botas ,Fuzis e Capacetes- 1983 do Grupo Olho Seco; Miséria e Fome - 1983_ dos Inocentes.
LPs;Crucificados pelo Sistema- 1984; Ratos de Porão; Tente Mudar o Amanhã- 1985 Cólera.
Começaram a fazer shows no exterior, o Cólera e os Ratos de Porão se integraram a espaços
alternativos europeus. A partir de meados dos anos 80, o movimento punk dispersou-se em
São Paulo, mas suas idéias germinaram em outras partes do país com as Bandas Coquetel Molotov-
Rio de Janeiro; Aborto Elétrico- Brasília;
Camisa de Vênus- Salvador; Replicantes- Porto Alegre.
Nomes como Legião Urbana e Capital Inicial (ambas surgidas do Aborto Elétrico), Plebe Rude, Ira!
e Titãs apareceram no cenário do Rock Brasileiro inspirados pelo punk. Mas, já na década de 90
o movimento punk encontrava-se enfraquecido, influenciando, entretanto, o cenário musical de
Brasília com a Banda chamada Raimundos que mostrava influências, dos Ratos de Porão ao baião
do sanfoneiro Zé Nilton despontando em 1994 com o sucesso da música "Puteiro em João Pessoa"
Em 1997 a Banda Punk do Alto de José do Pinho-- Recife- denominada "Devotas do ódio" gravou
a música "Agora tá Valendo" por uma grande gravadora
Com relação ao Rock Brasileiro, a partir de 1985- como Rock em Rio e um público estimado em um milhão de pessoas, foram importantes Bandas Internacionais e também lá estavam importantes
veteranos do gênero Rock e MPB com Blitz, Barão Vermelho, Lulu Santos, Paralemas do Sucesso,
Kid Abelha, etc...
Continuamos na próxima postagem com o desenvolvimento da história incluindo o Rock e seus
importantes integrantes e também os movimentos de vanguarda e sertanejos...
os grupos de Rock exemplificaremos na próxima postagem...
Já deu para relembrar e lembrar que muitos continuam na luta...
Deu para relembrar bastante Guaraciaba.
ResponderExcluirBjs e um ótimo domingo.
Carmen Lúcia.
Oi, Carmen... este período da música popular ,de fato, não agrada muita gente , principalmente aos mais conservadores por causa da irreverência de alguns e dos experimentos musicais de outros, mas fazem parte de nossa história e os que se saíram melhor foram conservados na memória e muitos deles ainda atuam com boas músicas.
ExcluirUm abraço e uma boa semana
Você, Guaraciaba, nos faz recordar músicas e cantores que julgávamos esquecidos...
ResponderExcluirGostei de rever As Frenéticas; Metamorfose Ambulante, do Raul Seixas, que ninguém esquece; Raça Negra, com aquele balanço gostoso, dá uma vontade louca de dançar...
Valeu, querida amiga!
Beijo, Paz e Luz!!!
Oi, Shirley...esse período foi bem instigante pelas mudanças de comportamento...muita alegria esfuziante e também muito desejo de contestação. Escolhi as músicas que ficaram mais marcadas, mas sem dúvida que Raul Seixas tem um repertório fabuloso...
ExcluirUm abraço, muita alegria na semana que ora se inicia!
Que bom relembrar estas músicas Guaraciaba.
ResponderExcluirÉ muito bom relembrá-las!
Muito boa esta tua postagem.
Beijos, uma ótima noite!
Mariangela
Oi,Mariangela, nessa memória mais recente são músicas que até hoje são ainda cantadas e ainda existem os fãs que fazem shows para relembrá-las...são os últimos trinta anos do século XX. Este trabalho eu fiz até completar o ano 2000,
Excluirum abraço e obrigada
Oi Guaraciaba que maravilha reler a história, e reaprender.Toda música retrata uma época e costumes e usos. Muito bom vir aqui hoje querida.
ResponderExcluirBoa semana e bjks.
Oi, lia...é isso mesmo, cada momento musical representa o seu momento histórico de abrangências nacionais e internacionais, mas mesmo sob influência externa a psicologia social sempre deixa representada a "personalidade " do povo. Se puder veja no you tube As Frenéticas cantando "Feijão Maravilha" (rs)...brasileiríssimas
ExcluirUm abraço
Quanta gente boa!
ResponderExcluirQuanta música boa!
Gostei de ler
e de ouvir.
abraço
Obrigada Lola pelo comentário.
ExcluirUm abraço
Conheço todas as bandas de punk rock sitadas em seu maravilhosos texto, pois eu vivia pelos guetos e shows muito loucos! abraços
ResponderExcluirOi, Ives...interessante saber mais... confesso que este meu trabalho só faz citação em termos de momento histórico da MPB.,suas origens e influências ligados a grupos específicos.
ResponderExcluirUm abraço
Informação super propositada.
ResponderExcluirO Brasil é um país muito musical e melodioso.
Beijinhos
Obrigada Pérola. Um abraço
ResponderExcluirPrezada, Guaraciaba, feliz tudo.
ResponderExcluirAdoro, vim estudar a História da MPB, nesta sua Página. Parabéns. Um grupo da década de 70, que gostei muito foi " Os Novos Baianos " na minha concepção, muito bom. como sempre, uma postagem admirável.
oi , José Maria...é verdade...há tantos valores a serem citados que cada movimento e vertente podem ser desdobrados em outros tantos e fica difícil apenas pincelar uma sinopse . Aqui no caso , procurei explicitar o caráter diversificado do momento histórico, a irreverência e a ambiguidade irônica travestida de melancolia...
Excluirum abraço
Uma retrospectiva que me fez voltar num tempo bom. Secos e Molhados eu escuto até hoje e gosto com a mesma intensidade. Quanta música boa, quanta irreverência com devidos méritos buscando seu lugar ao sol ou simplesmente cantando porque cantar "parece com não morrer" . Parabéns pelo seu belíssimo trabalho.
ResponderExcluirOi, Lourdinha...os Secos e Molhados quando apareceram abalaram as estruturas com suas provocações, o Nei matogrosso acabou fazendo uma belíssima carreira com sua voz magnífica, Jorge Mautner também como outros inovou sobretudo pelos experimentos musicais e pelos temas, uma cabeça de poeta genial,
Excluiras Frenéticas com sua alegria contagiante e Raul Seixas um caso a parte...
Foi bem legal!
Um abraço
Oi Guaraciaba,passando para lhe desejar um ótimo final de semana.
ResponderExcluirBjs-Carmen Lúcia.
Oi Carmen, obrigada pela gentileza.
ExcluirUma boa semana e um abraço.
Tal como tudo na vida, também a música é feita de ciclos.
ResponderExcluirDos nomes que cita alguns dizem-me algo, outros são completa novidade. Fico-lhe grato, Guaraciaba.
Um beijinho :)
Oi, A.C., mesmo para nós brasileiros, fica difícil conhecer todos os artistas, pois muitos deles fazem sucesso regional e também são de alcance limitado aos gêneros em que atuam e de grupos alternativos. É muita gente pois o Brasil é um país musical por excelência.
ExcluirUm abraço
Uma infinidade de grupos, na diversidade de ritmos: quanta riqueza de talentos há no povo brasileiro.
ResponderExcluirUma história assim, tão linda, da nossa música creio que não há em parte alguma do planeta.
Tão bom, recordar momentos que essa seletiva amostra traz pra gente!...preciso voltar aqui,
(quando retardo as minhas visitas, tento recuperar tudo...é muito bom! ...)...
Obrigada, Guaraciaba!
Oi, Lúcia...visto assim à distância dá uma saudade daqueles tempos...um tempo meio louco, meio que desesperado, em tempos difíceis na política (quando não foram?)...mas a juventude fazia valer a sua alegria e de certa forma a ironia contida As frenéticas cantando "Feijão Maravilha", um primor de exaltação nacionalista.
ExcluirUm abraço e obrigada pelo comentário