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domingo, 15 de junho de 2014

T E M P O S A N T I G O S

Flores delicada de pétalas macias
Agregam-se  em perfumes  e buquês
Fazem lembrar de tempos tão antigos
Em sons esparsos de bailes e "soirés"
Risos que ecoam nas varandas senhoriais                      
Doces sonhos de donzelas castas,
rodopiando em valsas espirais
à luz de velas ou á luz da lua...
No sorriso meigo e no olhar ardente
à sombra de um passado tão presente
reluzindo no brilho dos cristais...
.............................................................
Ao longe, o retumbar dos atabaques negros
O canto e a dança festiva da senzala
O brilho intenso da fogueira ardente
em contraponto à dança sensual...
Brisas que refrescam a noite densa,
aromas se revelam em sons que se misturam
e vibram na memória ancestral...
................................................................

Você não sabe desse tempo antigo
De lindas flores de um jardim
Da noite fresca
Da brisa mansa
de cheiro bom...
Você não sabe de uma varanda
Da flor da noite com seu perfume,
da lua branca,
de um som distante
Sonoros risos
e belos cantos...
Você não sabe, você não viu
Mas, no seu peito o tempo existe
Você não sabe, você não diz
Lhe dá saudade, lhe faz feliz...

Guaraciaba Perides





A lua branca vista pelos sons dos atabaques e pela visão dos ancestrais da SENZALA       

A lua  branca vista da  varanda da CASA GRANDE


Convivendo juntos sob a mesma Lua  Branca que derrama seu luar de prata em todos os
recortes históricos do nosso país e causando a mesma emoção na alma de seu povo...










26 comentários:

  1. Esses é que eram os bons tempos amiga Guaraciaba!
    Bjs e obrigada pela visita.
    Carmen Lúcia.

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  2. Oi, Carmen...o lado poético dos tempos antigos...mas suponho que emocionalmente sempre somos os mesmos.
    Um abraço

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  3. Oi amiga,
    Que poema lindo, cheio de encantamentos...
    Estou aqui imaginando esse belo cenário.
    Linda inspiração... Amei!
    Beijos e meus parabéns!

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    1. Oi, Ilca...quando a gente olha o passado com olhos do presente sempre ressaltam os cenários de uma sociedade mais romântica, mas a verdade que era cruel a diferença entre os bailes da Casa Grande e os
      dos escravos no terreiro da senzala...mas diante do fascínio da lua , brilhando sobre todos , o coração se enternece.
      Um abraço

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  4. Tempos de luz e luares que enfeitiçavam...ainda têm poder,quero crer.

    beijinhos

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    1. Certamente, Pérola...nós os de ontem ainda somos os mesmos e a lua passa incólume pelos séculos.
      Um abraço

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  5. É possível sonhar ainda. Imagino os sonhos nos sonhos do passado. -De que cores eram as flores,que perfume traziam na primavera? Tudo era tão contido no lado das Mocinhas na Casa Grande da fazenda em "contraponto" às senzalas tudo tão explícito, quanto a chama que ardia na fogueira.Sonhos guardados à sete chaves, sonhos revelados, uma beleza doce, uma pele de fera. Por mais distantes dessa realidade passada, ainda sonhamos senzalas dentro de fazendas, fazendas dentro de senzalas.
    " No seu peito o tempo existe
    Você não sabe, você não diz
    Lhe dá saudade, lhe faz feliz..."
    Lindo tudo o que li. "Brilho de Cristal"

    Parabéns Guaraciaba.

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    1. Oi lourdinha...é verdade...não vimos esses recortes do passado ,mas de tanto ler , escutar ou assistir sobre os costumes antigos, parece que de certa forma trazemos em nossas almas a saudade daquelas vivências.... Do verso citado " você não sabe, você não diz......" foi de uma lembrança de meu pai que sempre contava que quando era rapazinho, ele e os amigos iam dançar nos bailes da roça (nos sítios ou fazendas) e sempre citava em sua lembrança que eles iam pela estrada , na lua brilhando, nas danças, nas moças, e quando voltavam de madrugada...eu menina ficava imaginando e meu pai era um excelente contador de história e parecia que eu tinha vivenciado aquelas festas.
      Sinto saudade do que não vivi...
      Um abraço

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  6. Que saudade, Guaraciaba, desse "tempo antigo" que você tão bem descreveu.Era tudo tão romântico, tão diferente...Quantas recordações.
    Beijos e boa noite!

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    1. Oi, Shirley, um tempo de romantismo e vidas discretas... Machado de Assis descreve tão bem os costumes urbanos do Rio de Janeiro , com ironia fina...parece que vivemos aqueles tempos. O rapazes na porta da Confeitaria Colombo esperando as moças saírem dos coches para ver se conseguiam ver o tornozelo... a sedução romântica dos saraus, tudo muito doce...
      Um abraço

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  7. Nossa que saudade de tudo isso...parece que estou na "roça" como chamávamos o sítio de meu pai...contemplando as estrelas...admirando o luar...escutando meus pais contar histórias...causos.
    Tempos que não poderia acabar!
    Amei seu blog...voltarei sempre.
    Beijos
    Mariangela

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    1. obrigada Mariangela, pela presença e pelo comentário ...as nossas lembranças são em parte nossas , mas assimilamos também as histórias vividas por nossos pais, avós e através deles os dos mais antigos...assim vamos tecendo a estampa da nossa vida...
      Um abraço e volte sempre.

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  8. Querida amiga hoje vim te desejar um belo fim de semana!
    E para dizer que estou voltando aos pouquinhos. estava com muitas saudades!
    abraço fraterno
    Maria Alice

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    1. Oi, Maria Alice, obrigada pela presença. Acompanho diariamente suas lindas postagens no face.com flores maravilhosas.
      Um abraço

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  9. Queria ser um anjo,
    Ter a bondade nas faces,
    A sabedoria no olhar,
    Saber sorrir, saber confortar,
    Saber entender os aflitos, saber ensinar.
    Ir ao encontro de todos, e a todos amar.
    Queria somente ser um anjo
    Que ama você e nada mais.
    Um abençoado final de semana.
    Beijos esses com todo carinho,
    e o maior amor desse mundo.
    PS..Perdoe pelo meu afastamento..
    Evanir.

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    1. oi, Evanir , tenho acompanhado as suas preocupações e de coração espero que logo esteja resolvendo com sucesso a cirurgia que aguarda Deus estará sempre provendo para o alcance do sucesso e a saúde será o bem maior...
      Um abraço

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  10. Minha linda falou de flores falou tudo
    e quem não gosta de ganhar elas tão bonitas
    Ficou um luxo adorei

    Abraços
    Rita!!!
    ╰✿✿╮

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    1. Oi,Rita, obrigada pelo comentário, sempre tão gentil...uma vez eu li que se cada pessoa no mundo plantasse e cuidasse de um vaso de flores, o mundo seria um jardim...
      um abraço

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  11. OI GUARACIABA!
    LENDO TEU TEXTO NOS VEM À MENTE, ESTE TEMPO ANTIGO, DO QUAL FICAMOS SABENDO, CONTADO POR NOSSOS PAIS, PRINCIPALMENTE QUEM MOROU NO INTERIOR, ONDE MUITO AINDA, EM NOSSA INFÂNCIA, AS HISTÓRIAS ERAM BEM PRESENTES.
    UMA LINDEZA TUDO POR AQUI AMIGA.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Zilani, obrigada pelo comentário....muitas histórias de família contadas e recontadas ,mais os romances de época que líamos primeiro como leitura obrigatória e depois por prazer foram tecendo o nosso substrato cultural e formatando a memória coletiva, de modo que acabamos por ter saudades de um mundo idealizado.
      Um abraço

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  12. Olá Guaraciaba!
    Recordando os bons velhos tempos! Que delícia! O seu poema está cheio de musicalidade e de sentimentos ternos!
    Adorei ler e reler. Uma boa semana para você, querida amiga.

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    1. Oi, Maria Emília...são histórias e cenários que não vivemos ,mas quase vivemos, através da histórias dos antigos...meus avós que nasceram no século XIXX, traziam já a memória mais antiga de seu antepassados e cuidaram de arquivar e repassar lembranças, ditados, provérbios e costumes que foram o encanto de nossa infãncia...
      Um abraço e muita luz no seu caminho!

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  13. Que linda costura de duas culturas, Guaraciaba! Apesar da tristeza do tempo das senzalas, e de não termos totalmente extirpado o racismo de nossa sociedade, este entrelaçar de culturas formou um país lindo e radiante de energia...no fundo do peito sabemos que a mesma luz alta brilha para todos, igualmente.
    Um grande abraço!

    Bíndi e Ghost

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    1. Oi, Bindi e Ghost...é realmente essa a idéia que pretendi passar...Um tempo histórico na formação de nossa nação brasileira, a desigualdade social debaixo de uma visão romântica, mas que apesar dos pesares praticamente igualou a questão das raças no caldeirão cultural miscigenado, e a lua lá no alto passando para nós e para a nossa música a beleza do samba e da seresta que fazem do Brasil o que ele é.
      Um abraço

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  14. Achei lindo seu poema e lembrando os ancestrais nos faz imaginar o passado sofrido, mas de pessoas que davam o valor ao chão que pisam, de suas raízes e o valor de cada um como ser importante independente de cor ou raça, é isso aí. Belíssimas palavras e músicas.

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    1. Obrigada Cecília, pelo comentário e presença.... a história segue avançando nos nossos sonhos sem esquecer os que vieram antes e toda a sua luta.
      Um abraço

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