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segunda-feira, 7 de março de 2011

Soneto (Elizabeth Barret Browning) *

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minhalma  alcança quando, transportada,
sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo
À luz do sol, na noite sossegada
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse
Ainda mais te amarei depois da morte.


Elizabeth Barret Browning  - Tradução de Manuel Bandeira

Nesta segunda feira de Carnaval como contraponto de pureza de sentimentos
e delicadeza de amores romãnticos aos  efeitos  de uma sociedade de valores
tão contraditórios e de idéias em conflito.

3 comentários:

  1. Guaraciaba,
    Fica a intenção do seu post, a todos os títulos pertinente.
    Ah, a tradução de Manuel Bandeira é sublime!

    Beijo :)

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  2. Querida Guaraciaba,
    Desejo a você um maravilhoso dia da mulher internacional que você é. Não me equivoquei na ordem das palavras. A você, o meu beijo carinhoso. Todos os dias do ano são seus, não apenas este.
    Um beijo carinhoso!
    Lello
    P.S. Volto para comentar a poesia dessa que é uma das minhas preferidas entre todas.

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  3. Conforme prometido, voltei para comentar.
    Lisye Barret achou a vida e a fama apenas depois que, já adulta, recebeu a primeira carta de Robert Browning, declarando-lhe um amor arrebatador. Desse momento, passou de doente condenada à escuridão do quarto à grandiosa poetisa que se descobriu, vindo a escrever, entre outras pérolas, esse que é um dos maiores poemas da Literatura Mundial. A versão de ninguém menos que Manuel Bandeira é impecável, assombrosamente impecável.
    Infelizmente, nossa época não tem conhecido amor como o deles dois, esse amor de paixão pura, de fé ingênua da infância, de coisas pequenas, de enfrentamento das fatalidades...
    Lisye Browning é uma referência para mim, em todos os aspectos.
    Um abraço carinhoso
    Lello

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