Jardim da pensãozinha burguesa.
Gatos espaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos.
O sol acaba de crestar as cravinas que murcharam.
Os girassóis
amarelo!
resistem.
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais.
Um gatinho faz pipi.
Com gestos de garçon de Restaurant-Palace
Encobre cuidadosamente a mijadinha.
Sai vibrando com elegância a patinha direita:
-É a única criatura fina na pensãozinha burguesa.
Manuel Bandeira - Petrópolis, 1925 (in Antologia Poética)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGRANDE POETA MANUEL BANDEIRA!!! TENHA UMA ÓTIMA SEMANA...BJS
ResponderExcluir