Entre parênteses, nem aberto nem fechado
faz parte, como que forçado,
sem querer, como descuidado,
explica, meio ressabiado,
vestido, como visita,
fazendo sala ao convidado...
Sem medida, de seu jeito,
fica expressivo na frase,
como "alter ego" do sujeito,
repetindo o que se intui,
de outro modo, o mesmo feito...
Função de mais nobre elite,
de compreensão apurada,
permanece na clausura
de um pensamento fechado.
E assim, entre parênteses,
leva a vida em seu momento,
fazendo parte de tudo,
coadjuvante da cena,
sem ter no palco, entretanto,
a importância do sujeito,
a atitude do verbo,
a beleza adjetiva que qualifica o objeto...
É o filósofo que explica
a moral subjacente,
de função condescendente
mas, que alheio e distraído,
não se envolve, nem se aflige,
na vida apenas pontua
e agrega na substância,
o real entre parênteses...
Guaraciaba Perides (2003)
Pertinente e a pôr o dedo nalgumas feridas. Muito bem.
ResponderExcluirbeijo :)