Descalço em teu portal de hera e granito
minhas sandálias sujas de infinito.
Na peregrinação do meu destino
fui um deus disfarçado em peregrino.
Sob passos de orgulho e de aventura
calquei toda pureza e toda altura.
Indo de norte asul,de leste a oeste,
pisei o céu com tudo o que é celeste.
Pisei,consciente, com meus pés de Acaso,
o sol,a lua, a estrela, a aurora, o ocaso,
a névoa, o raio, o arco- iris, a ave, o inseto,
a árvore, a sombra, a luz, o fumo, o teto...
Tudo o que era alto,tudo o que era puro
pisei, calquei sob o meu passo duro,
por entre flores ou por entre espinhos
refletido na lama dos caminhos.
Descalço em teu portal de hera e granito
minhas sandálias sujas de infinito.
poesia de Guilherme de Almeida( do livro Poesia Vária)
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