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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

G A V E T A S

Um tema recorrente em minha adolescência,
grandes tesouros guardados dentro delas!
uma coleção de selos, estranhas figuras
de estranhos lugares...
Mensagens ingênuas num álbum de menina...
Um missal delicado com dedicatória do
padre confessor...uma fita amarela da
cruzada infantil...passaporte para místicas
procissões.
Flores de seda, lenços perfumados.
retratos escondidos, flâmulas e postais
que levavam ao sonho de existir.
Peças de vitral que foram aos poucos
compondo minha alma e meu jeito de ser,
minha paisagem interior...
Depois, outros lugares, outros motivos,
foram abrindo outras gavetas
dentro de mim...
Passado tanto tempo, vi na expressão
de um  grande artista,*
transpondo para a pedra em escultura
o tema da gaveta em nossa alma,
pois que com zelo e arte esculpiu
Uma figura feminina
comportando gavetas em seu corpo...
 e em cada uma delas, talvez trouxesse,
um seu guardado, um  escondido de amor.
quem sabe um sentimento
que na expressão mais pura,
ficaria para sempre na memória,
na lembrança da mulher de pedra.

Guaraciaba Perides


* Salvador Dali - artista surrealista.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

MOINHOS DE VENTO

O texto abaixo é uma tradução livre de uma canção chamada WINDMILLS do músico
e compositor Alan Bell:

Em dias passados de tempos antigos
os homens controlavam o vento para 
o trabalho da humanidade
Os homens do mar construiam  navios
para viajar pelo oceano
Os homens da terra construiam  moinhos 
de vento para triturar cereais.

Estribilho: e giravam e giravam e giravam
em suas grandes hélices, girando pás
e suas grandes rodas,
quebrando e triturando,
o moinho de pedra continua girando,
transformando em farinha
os bons grãos dos campos

Através de Flandres e Espanha
e terras baixas de Holanda,
através dos reinos da Inglaterra,
da Escócia e de Gales,
moinhos estendiam-se ao longo das costas
como navios da terra com suas
altas velas de lona...

Os rapazes de Lancashire trabalhavam
na boa terra arando e semeando nas
estações apropriadas
esperando colher a rica e dourada colheita
enquanto o moleiro mantinha o moinho.

Moinhos de vento antigos  de madeira
enegrecida pelo tempo
Moinhos de vento com pedras brilhando ao sol
Moinhos de vento semelhantes a gigantes
prontos para investir
Moinhos de vento que morreram nas ventanias
e se foram.





A letra em inglês;

WINDMILLS

In days gone when the world was much younger,
Men harnessed the wind to work for mankind
Seamen built ships to sail on the ocean,
Landsmen built windmills the corn for to grind.

Chorus:
It's around, and around, and around went the big sails,
turning the shafts and the great wooden wheels
Creaking and groaning the millstone kept turning
Grinding to flour, the good  corn from the fields

Through Flanders and Spain, and the lowlands of Holland,
Through the Kingdoms de England and Scotland and Wales,
Windmills grew up all along the wild coastlines,
Ships of the land, with their high canvas sails

The Lancashire lads worked hard with the good earth,
Ploughing and sowing as the seasons declare
Waiting to reap the rich golden harvest
While the miller he idled his mill to repair

Windmills so old of wood blacked by weather,
Windmills of stone, glaring white in the sun,
Windmills like giants ready for tilting
Windmills that died in the gales and are gone.



Moinhos de vento  em Espanha


Gostei muito desta música...espero que gostem e perdoem as eventuais falhas...
O que me encantou foi o espírito da música e o caráter saudosista  evocativo da
saga humana.





domingo, 16 de fevereiro de 2014

UM AZULÃO NA LARANJEIRA

Passou a chuva
A relva ainda molhada
E no frescor da tarde
Vejo e ouço na ramagem
o doce canto de um azulão
Requinte nos detalhes
são coisas de Deus...
São cores que se avivam
em verdes
que se desmancham
no verde das montanhas...
ao fundo, flores rubras
que entremeiam roxas
e dão à festa o tom.
Logo, novos pássaros
fazendo revoadas
brincam de esconder
entre as folhagens...
Vão celebrando alegres
a chuva abençoada,
creio que como benção
vem trazer alento
à tarde quente do verão...

Guaraciaba Perides


O canto do AZULÃO.




terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

FRAGMENTO DE UMA SAUDADE

Em um lugar
onde a lua brilhe
e o sol nasça radiante.
Onde campos verdes
e uma brisa mansa
revele um tempo
de bonança.
Em um lugar
de um bem querer
pra sempre,
de flores nos cabelos
e ramas espalhadas pelas
margens de um tempo
que flui eternamente...
..................................
Viajantes no tempo estamos,
às vezes juntos,
às vezes separados...
Mas unidos pelo pensamento
sonhamos a vida que tivemos
e que teremos
porque o amor é a ponte
que liga o ontem ao amanhã
e o hoje é apenas fragmento
de uma estrada contínua e
inevitável para a luz...

Guaraciaba Perides


Esta postagem foi feita em homenagem à minha Mãe  Maria Aparecida que hoje faria 91 anos.
Ela amava a música de Carlos Gomes ...aqui apresentada.





sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

COMO UMA FLAMA

Fazer um verso é
como uma flama
de uma chama
que se incendeia
dentro do peito
e brilha um instante
no pensamento...
E daí em diante
planta a semente
de um sonho oculto
que se revela
tão de repente.
Às vêzes breve
só ilumina
por um momento,
perde o fulgor e
se acrisola dentro
do peito.
Porém, se encontra
terreno fértil
de sentimento,
acende um sol de alegria
e plenitude de lua cheia.
E se transforma num céu
sem nuvens de puro azul,
num céu de estrelas
de diamantes,
num doce beijo
de amor de amantes,
um verso eterno de
pura luz.


Guaraciaba Perides



A música de Chiquinha Gonzaga  cantada por Maria Betânia dá o tom do verso eterno;




sábado, 1 de fevereiro de 2014

NAS MÃOS SEGURAS..*.

Havia um parquinho
e uma lua cheia
Havia um pai
e um violão
A sombra do luar
na luz difusa
E no ar o som
de uma canção.
Havia um parquinho
e um carrossel
Uma alegria breve
de criança
Uma certeza de paz
e confiança
Nos cavalinhos que girando
e girando e volteando
nas mãos seguras pelo pai
Havia um parquinho
e uma lua cheia
Pairava no ar uma canção
E a esperança era
uma estrela pura
Brilhando num céu
de algodão...

Guaraciaba Perides

* singela lembrança de meu pai Christovam que faria hoje 98 anos. Ainda vivo na memória  !