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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Na arca do tesouro

 As   lembranças  de  Pessoa

As  saudades  de  Bandeira,

os  amores  de  Vinicius,

as  intensões  de  Neruda...

O  prato  azul   de  Coralina,

a   mineirice  de  Drumond,

de  Manuel,  sertão  profundo, 

e  de  Cecilia a  Poesia...

O  feminino de  Adélia,

o  Catavento  de  Quintana.

A  eternidade  de  Azevedo ,

Os  oito  anos  de  Gonçalves,

as  sandálias  de  Almeida e

da  infância   a  Estrela   Guia

que  no  Portal  de  Era  e  Granito

descansaram  no  infinito ...

O  poeta  é  um  fingidor  que  foi amigo  do  rei,

dos  Amores  do   Poeta, de  repente  fez-se o  espanto....

nos  versos  tristes  da  noite a  porcelana  chinesa

quebrou-se  em  pedacinhos...

mas  como  de  tudo  fica um  pouco,

ficou  um  pouco  de  ti  no queixo  de  tua  filha...

Na  extensão  do  sertão  profundo,

sonha  Manuel  com  o  mundo.

resta o  espelho  de  Cecília  procurando  sua  face,

Adélia  prepara  o  peixe,

enquanto  o  que de  mulher  lhe  espanta,

ver  nos  versos  do  poeta,  o  quanto  tem  sido amada...

E   ao   menino  que  corre  ao  vento, quanta  alegria  no  peito

na  aurora  de  sua  vida...

E  ao  moço  que  sonha  e  delira

com  os  beijos  de  sua  amada;

Na  Confraria  do  Eterno , ' de  repente', não mais  que  de repente'...

A arca  do  Tesouro não  tem  fundo, são  tantas  pérolas,

quantos  são  os  sonhos  do astro  rei,

que em cada  anêmona  que  brota,

à  luz  da  Poesia  ainda  brotam  novos  versos,

também   tão  estrelados...

que  cruzam  os  mares e os céus  em outras  esferas,

em  todos os  lugares  onde  Deus   está.


Guaraciaba  Lopes  Perides