As lembranças de Pessoa
As saudades de Bandeira,
os amores de Vinicius,
as intensões de Neruda...
O prato azul de Coralina,
a mineirice de Drumond,
de Manuel, sertão profundo,
e de Cecilia a Poesia...
O feminino de Adélia,
o Catavento de Quintana.
A eternidade de Azevedo ,
Os oito anos de Gonçalves,
as sandálias de Almeida e
da infância a Estrela Guia
que no Portal de Era e Granito
descansaram no infinito ...
O poeta é um fingidor que foi amigo do rei,
dos Amores do Poeta, de repente fez-se o espanto....
nos versos tristes da noite a porcelana chinesa
quebrou-se em pedacinhos...
mas como de tudo fica um pouco,
ficou um pouco de ti no queixo de tua filha...
Na extensão do sertão profundo,
sonha Manuel com o mundo.
resta o espelho de Cecília procurando sua face,
Adélia prepara o peixe,
enquanto o que de mulher lhe espanta,
ver nos versos do poeta, o quanto tem sido amada...
E ao menino que corre ao vento, quanta alegria no peito
na aurora de sua vida...
E ao moço que sonha e delira
com os beijos de sua amada;
Na Confraria do Eterno , ' de repente', não mais que de repente'...
A arca do Tesouro não tem fundo, são tantas pérolas,
quantos são os sonhos do astro rei,
que em cada anêmona que brota,
à luz da Poesia ainda brotam novos versos,
também tão estrelados...
que cruzam os mares e os céus em outras esferas,
em todos os lugares onde Deus está.
Guaraciaba Lopes Perides