Amigos

quinta-feira, 23 de maio de 2019

ENQUANTO AS HORAS PASSAM

A  fala  é desconexa
O pensamento  de  granito
Nada   flui, não  há  leveza
ou  sentimento.
Contraditórios  loucos  sonhos
fazem  do  cavalo  o seu  senhor.
Se  fosse  um  andarilho...
Se  fosse  um  equilibrista...
Traria  guarda- sóis  de  girassóis.
Tangentes  e plangentes
perfídias  se  avizinham
do  torpe  bailarino
faz  de  conta...
Seu  riso  força  a  entrada do destino
Alienados  e  sutis são  os 
fios  do mambembe...
No circo  flutuante , em  águas turvas
que  se  condensam  em  torvelinhos...
O  palco   está  armado
As  feras  abrem  as  bocas...mostram  os  dentes.
Um  sol  perdido escondido  atrás  do  tempo-
outras  histórias   em  tudo  tão  iguais.
Agita-se  a  platéia...em  grupos  desunidos,
batem  palmas  e vaias   em uníssonos...
A   graça  que  se  perde,  o  sonho  que  se  esvai.
Os  sábios   que  se calam
fecham  os  olhos.
O  homem  do  trombone  solta  o  som,
os  pratos  ressoam  estridentes,
o  bumbo  ressoa   em  tom  severo...
E  enquanto  o  tempo  passa 
a  Banda  toca...
Sempre  a  mesma  música 
e  o mesmo  tom.

.........................................................
E vem  de  outros   tempos
Outras  falas...
Conceitos  abstratos
do  ' Vosmecê '  encantado
dos  Senhorios e  Patrões

Guaraciaba  Perides

Obra  de Portinari (fragmento  de  Guerra  e Paz)

4 comentários:

  1. Boa noite, Guaraciaba!
    Gostei muito desta tua postagem, minha amiga, gostei do teu belo poema e também da pintura do nosso Portinari: fragmento de Guerra e Paz.
    Deste teu belo poema, com tantos versos de igual beleza, deixo aqui dos que gostei, dentre outros:

    "No circo flutuante , em águas turvas
    que se condensam em torvelinhos..."


    Um ótima semana poetisa.
    Um abraço.
    ]Pedro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Pedro... história se repete 'ad infinitum '...
      Um abraço

      Excluir
  2. Socióloga/Poetisa, Guaraciaba Perides !
    Lindos versos e ilustração adequada.
    No conjunto, a expressão da "fala
    desconexa", forma um belo poema, que
    satisfaz aos olhos e à alma.
    Parabéns, Ilustre Poetisa.
    Uma feliz semana e um fraternal abraço !
    Sinval.

    ResponderExcluir
  3. Oi, Sinval...no fundo , é sempre um grande circo....os jovens olham com olhos de espanto e quem sabe o futuro dará a eles uma realidade melhor.
    Um abraço

    ResponderExcluir