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quinta-feira, 23 de maio de 2019

ENQUANTO AS HORAS PASSAM

A  fala  é desconexa
O pensamento  de  granito
Nada   flui, não  há  leveza
ou  sentimento.
Contraditórios  loucos  sonhos
fazem  do  cavalo  o seu  senhor.
Se  fosse  um  andarilho...
Se  fosse  um  equilibrista...
Traria  guarda- sóis  de  girassóis.
Tangentes  e plangentes
perfídias  se  avizinham
do  torpe  bailarino
faz  de  conta...
Seu  riso  força  a  entrada do destino
Alienados  e  sutis são  os 
fios  do mambembe...
No circo  flutuante , em  águas turvas
que  se  condensam  em  torvelinhos...
O  palco   está  armado
As  feras  abrem  as  bocas...mostram  os  dentes.
Um  sol  perdido escondido  atrás  do  tempo-
outras  histórias   em  tudo  tão  iguais.
Agita-se  a  platéia...em  grupos  desunidos,
batem  palmas  e vaias   em uníssonos...
A   graça  que  se  perde,  o  sonho  que  se  esvai.
Os  sábios   que  se calam
fecham  os  olhos.
O  homem  do  trombone  solta  o  som,
os  pratos  ressoam  estridentes,
o  bumbo  ressoa   em  tom  severo...
E  enquanto  o  tempo  passa 
a  Banda  toca...
Sempre  a  mesma  música 
e  o mesmo  tom.

.........................................................
E vem  de  outros   tempos
Outras  falas...
Conceitos  abstratos
do  ' Vosmecê '  encantado
dos  Senhorios e  Patrões

Guaraciaba  Perides

Obra  de Portinari (fragmento  de  Guerra  e Paz)

segunda-feira, 13 de maio de 2019

CAMAFEU

- Como  ela   é   bela! -  pensa  o  Colibri
- E o  seu  perfume  é   intenso!
Diz  com  suavidade  a brisa.
O  sol  contempla complacente  a  obra
E a  beleza resplandece  em  flor.
E na  manhã  ainda  tão  nascente
O  orvalho  molha  seus  lábios  de mel
Ela estremece  ao  gozo  desta  vida
E  muita  mais  encanta  o  seu  desabrochar...
Passa  o  poeta  por  este  recanto
e  vendo  a bela,  começa  a  cantar.
Seus  versos fluem  em  doces  murmúrios
e  ela  tão  meiga  começa  a  dançar...
Movendo  com  leveza  os  ramos,
ela  se  inclina  delicadamente,
e balançando  as  sedas  que  compõe
seu  talhe...ela  gradece  como  bailarina.
Guardou  em  sua  memória  o  artista.
E  fez  da  cena  de  beleza  etérea
uma  joia    rara  para  sua  amada
E  num  camafeu  de  valioso  entalhe
registrou  o  encontro com  algo  de magia:
A  interação  de  Flor  com  versos  de Poesia.

Guaraciaba  Perides.












sonhando   a  vida...

sábado, 4 de maio de 2019

ANDANDO EM CÍRCULOS (fragmento de memória)

 Uma  praça ,  um jardim
Um grande  Plano
Uma  Esperança  infinda
Um  sonho  de  viver  a  Vida...
As  horas  são  apenas
círculos   no relógio e
nada  consta  que não se repitam
pelos  anos  a fora.
A  Estátua  de  MINERVA *
e seus  grandes pés apontam
todos  os  caminhos...
Dali  circundam  as  várias setas
que percorrem  o mundo.
Um  mundo  a construir, um novo passo
à  realidade das  cores  do caleidoscópio,
no mundo real e  virtual  dos  sonhos.
Um  tempo  de  abrir os  pensamentos
para a  filosofia  do  existir em
novas  vivências  e  experiências.
Tudo  tão  novo  e  fascinante
e pleno de  caminhos mágicos entre
as  tantas  realidades  dos  possíveis.
O  mundo  de viver  a Lua sendo
palmilhada  por  humanos...
Será isso  possível?
Os  deuses  do passado  serão  os
deuses  do  futuro...
Serão os  "deuses  astronautas"?
Seremos um ,  dois  ou  mil...
ou  seremos  "todos um"?
Seremos  todos  Junguianos do
"inconsciente  coletivo"?
Será  o  tempo  da  "Paz  e  Amor",
no circuito  do  Vietnã...?
Só  um  momento...
num ciclo  de  múltiplas  lembranças...

A  Deusa  Minerva  permanece  estática
e  seus pés  ainda  apontam  rumos...
Só  não  sei se  ainda  existem  jovens
que  ainda  sonham...

Guaraciaba  Perides

*  Nota:  Na  Biblioteca   Mário  de  Andrade,
em  São Paulo, há  no adro , uma uma gigantesca  Estátua   de  Minerva .
Lá  se  reuniam os  estudantes para  discutir o  mundo  em  suas
variadas  soluções (décadas de 50, 60 ,70...)
Eu  fazia  parte  aos  meus  vinte  anos...



A música  "Hier  encore"  com Charles  Aznavour






;andando   em círculos  na Rosa  dos  Ventos e  na memória  dos  tempos...