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sábado, 29 de janeiro de 2011

Versos eternos de Cecília (Cecilia Meireles)

Não sou alegre, nem sou triste, sou poeta.
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Em que espelho, ficou perdida minha face?
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Meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
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Não tenho inveja às cigarras,
também vou morrer de cantar.
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O pensamento é triste, o amor insuficiente
E eu quero sempre mais do que vem nos milagres.
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Vivendo de nunca chegar a ser
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Que és e não sabes, porque não me escutas...
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Levai-me aonde quiserdes!-Aprendi com as primaveras
A deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.
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Pois vivemos do que perdura
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Via-se morrer o amor
de braços abertos
Uma espuma azul andava
nas areias desertas.
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Aqui está minha herança.Este mar solitário
Que de um lado era amor e, do outro esquecimento.
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Nota: versos esparsos retirados da Antologia Poética de Cecília Meirelles.

Um comentário:

  1. Tomei esta liberdade porque são versos que permaneceram na minha mente ao longo do tempo e de alguma maneira foram incorporados ao meu pensamento.

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