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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Favo de Mel

Hoje o tempo escoa como mel
na quietude da tarde,
no vai e vem da rede de balanço.
E da janela em frente
vejo a mangueira florida
sonhando com seus frutos.
Pássaros revoam
na lida de seu viver...
E eu, na rede, sonho
meu próprio tempo de existir
E isto é bom!
Lembro de canções antigas
daqueles que viveram
antes de mim.
Quase ouço seus risos e suas falas
neste mesmo espaço em que me encontro
e a vida se comove por si mesma...
E já não sei se estou aqui
ou venho de outro tempo,
no embalo da memória
de outro sonho,
outra vivência, no revôo
de outros pássaros,
de outras tardes claras.
De um tempo que hoje,
como sempre,
escoa como mel pela janela...

Guaraciaba Perides (2010)

2 comentários:

  1. Guaraciaba,
    Adorei o poema, pleno de sentires envolventes e harmoniosos...

    Beijo :)

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  2. Aprecio demais sua lira, Guaraciaba. Imagens belíssimas nesse poema envolvente que me fez flutuar em minhas próprias memórias.

    Bjs, poeta. E inté!

    ps - Quanto ao que perguntou por lá, você tem razão. Não por acaso escolhi a aquarela que retrata uma menina sem boca.

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